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No terceiro dia da Bett Brasil 2025, o “O que os professores da educação básica revelam sobre o uso de IA na sala de aula: desafios, percepções e possibilidades” reuniu a professora da UTFPR – Cornélio Procópio e coordenadora do projeto TEDI (Tecnologia e Educação Digital para a Terceira Idade), Camila Sestito, o doutor em Ciência da Computação e líder do projeto InteliGente, Robson Bonidia, e o presidente-fundador do Instituto Significare, Wellington Cruz. 114h6r

O debate foi embasado em uma pesquisa inédita realizada pelo Instituto Significare em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que ouviu 346 professores de todos os estados brasileiros. A conversa trouxe reflexões sobre o uso real das tecnologias em sala de aula, abordando pontos como segurança, ética e inclusão digital.

“Com esta pesquisa, abrimos uma série de questões importantes, como perceber as peculiaridades do Brasil de uma forma humana e, a partir daí, falar sobre Inteligência Artificial. Procuramos entender os dilemas dos nossos professores, das nossas escolas e as necessidades urgentes da Educação”, explicou o professor Wellington.

Desafios e oportunidades no uso da IA 406p5b

Um dos principais achados do levantamento é que, embora a maioria dos professores possua conhecimento básico sobre IA, poucos dominam seu uso de forma avançada. Para Camila, isso aponta para dois grandes desafios: “É preciso formar professores capazes de usar a IA no cotidiano e, ao mesmo tempo, prepará-los para apoiar os alunos nesse processo”.

Apesar das limitações, mais de 80% dos docentes entrevistados veem benefícios na aplicação da IA em sala de aula, especialmente para planejamento de aulas e criação de conteúdos interativos. Cerca de 61,6% já utilizam ferramentas generativas de IA para obter ideias, elaborar planos de aula e desenvolver materiais, embora apenas 14,3% tenham incorporado a tecnologia na criação efetiva de materiais didáticos.

Entre os principais obstáculos apontados pelos educadores estão a falta de o à internet, escassez de equipamentos, ausência de e técnico e, sobretudo, a falta de tempo.

Ética, responsabilidade e formação crítica 1l1x6a

Bonidia ressaltou que não basta apenas levar tecnologia às escolas; é fundamental garantir o uso ético e responsável. “Não adianta introduzir IA em uma região e negligenciar outras menos desenvolvidas”, alertou. Ele também destacou a necessidade de formar estudantes conscientes e críticos quanto ao uso dessas ferramentas.

Para Cruz, a responsabilidade ética no uso da IA deve fazer parte da formação dos alunos. “Cerca de 78,3% dos professores acreditam que é fundamental educar os estudantes sobre a ética no uso da IA — e mais do que isso, avaliar se eles realmente aprenderam a utilizá-la de forma crítica e consciente”, disse ele.

IA ganha protagonismo na área de exposição da Bett Brasil

A inteligência artificial deixou de ser promessa para se tornar realidade nas salas de aula brasileiras. Na Bett Brasil 2025, diversas empresas do setor apresentam soluções baseadas em IA que têm como objetivo otimizar o trabalho dos educadores, personalizar a aprendizagem e ampliar a eficiência da gestão escolar.

Uma das iniciativas de destaque vem da FTD Educação, que apresenta uma ferramenta inovadora para correção automática de redações manuscritas. Utilizando visão computacional e machine learning, a solução já está em uso em escolas públicas de 38 municípios de sete estados brasileiros. A tecnologia gera comentários personalizados aos alunos e apoia os professores na orientação pedagógica, além de, a partir do segundo semestre, contar com um sistema de detecção de plágio.

“A FTD Educação tem investido constantemente em inovação e indicadores sociais, como métricas de performance. Com isso, os professores podem atuar com mais precisão, focando na aprendizagem e na orientação individual dos estudantes, enquanto os processos mais demorados são automatizados”, explicou o diretor-geral da FTD Educação, Ricardo Tavares.

A SOMOS Educação, por sua vez, apresenta na feira o Plurall IA, uma solução que combina inteligência artificial com curadoria pedagógica para fortalecer a inclusão escolar. A principal novidade é a funcionalidade de criação de Planos de Ensino Individualizados (PEI), que usa dados e informações dos educadores para propor trajetórias de aprendizagem personalizadas.

“A Plurall IA funciona como um assistente pessoal inteligente e confiável, que trabalha com a curadoria e com os materiais didáticos das marcas e sistemas de ensino da SOMOS. Os professores, gestores e educadores ganharam mais tempo para focar na prática pedagógica inclusiva e as escolas fortalecem seu compromisso com a equidade e a diversidade”, afirmou o sócio e diretor de Soluções Digitais da SOMOS Educação, Bruno Brusco.

Comemorando 25 anos, o Bernoulli Educação também marca presença na Bett Brasil e mergulha no debate sobre IA com uma programação voltada ao futuro da aprendizagem. No estande da marca, o diretor executivo das unidades escolares da instituição, Marcos Raggazzi, discute o equilíbrio entre o uso da tecnologia e o desenvolvimento da criatividade dos alunos.

“Estamos diante de uma geração que já nasce conectada e que tem o à inteligência artificial antes mesmo de dominar a escrita. Diante disso, não cabe à escola competir com a tecnologia, mas sim ressignificar o seu papel. A IA pode ser uma grande aliada para personalizar o ensino e estimular a criatividade, mas o diferencial continuará sendo a presença ativa do educador”, declarou Raggazzi.

Já a Agenda Edu, plataforma SaaS, lança um assistente escolar com IA integrada ao seu SuperApp. A nova funcionalidade permite que escolas criem atividades, comunicados e eventos de forma automática em instantes.

“A IA está revolucionando diversos segmentos e na educação não seria diferente. O SuperApp da Agenda Edu, que automatiza 85% da operação das escolas, ganha ainda mais autonomia e um papel importante na rotina das escolas, uma vez que a IA ajuda na economia de tempo e custos, otimizando a comunicação entre escolas, alunos e familiares”, comentou o cofundador e CEO da Agenda Edu, Anderson Morais. A empresa também lança no evento uma integração do SuperApp com WhatsApp, trazendo mais eficiência e praticidade para as instituições de ensino.

Por fim, a Plataforma Sofia, idealizada pelo professor Profinho – nota 1000 no Enem – apresentou uma solução de IA para correção instantânea e padronizada de redações, alinhada aos critérios do exame nacional. Criada para reduzir custos, evitar atrasos e garantir consistência, a ferramenta já beneficia milhares de alunos e instituições, garantindo economia de até 80%, maior satisfação dos estudantes e padronização absoluta nas avaliações.

“Os alunos nasceram na Era Digital, mas o estudo da redação permanecia no século XIX. A Sofia resolve isso com autonomia, agilidade e s precisos. É a única plataforma que corrige as redações dos alunos com IA e ainda capacita o professor da escola”, ressaltou o criador.


















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YouTube Domina! Netflix Tremendo na Base? 1r713b /noticia/7894/youtube-domina-netflix-tremendo-na-base.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/7894/youtube-domina-netflix-tremendo-na-base.html Mon, 14 Apr 2025 21:49:42 -0300 <![CDATA[O YouTube solidificou sua posição como a principal plataforma de streaming, superando a concorrência, incluindo a Netflix. A plataforma atrai uma audiência global diversificada com uma vasta gama de conteúdos gerados por usuários e um modelo de monetização flexível. Nos Estados Unidos, os podcasts estão ganhando popularidade rapidamente, com uma parte significativa da população consumindo esse formato regularmente. A transição para podcasts em vídeo amplia ainda mais seu alcance, ]]> <![CDATA[

O YouTube solidificou sua posição como a principal plataforma de streaming, superando a concorrência, incluindo a Netflix. A plataforma atrai uma audiência global diversificada com uma vasta gama de conteúdos gerados por usuários e um modelo de monetização flexível.

Nos Estados Unidos, os podcasts estão ganhando popularidade rapidamente, com uma parte significativa da população consumindo esse formato regularmente. A transição para podcasts em vídeo amplia ainda mais seu alcance, oferecendo uma alternativa atraente à televisão tradicional.

Espera-se que 2025 seja um ano marcado por fusões e aquisições significativas, impulsionado pelo grande volume de capital disponível para investimentos. Empresas de tecnologia e entretenimento digital buscam essas estratégias para melhorar sua competitividade e enfrentar os desafios regulatórios.

As redes sociais estão ando por uma fase de transformação, com novas plataformas emergindo e mudanças nas políticas de conteúdo. A descentralização e o controle do usuário estão se tornando temas centrais, enquanto regulamentações mais rígidas forçam as empresas a repensar suas abordagens.

A concentração de poder em empresas como OpenAI e NVIDIA pode influenciar o desenvolvimento de IA, enquanto o crescimento do YouTube e dos podcasts está redefinindo o consumo de mídia.

As mudanças tecnológicas em 2025 estão moldando o futuro de diversas maneiras. As fusões e aquisições podem alterar a dinâmica do mercado, e as redes sociais enfrentam um dilema entre inovação e regulamentação.

Este cenário destaca a importância de um equilíbrio entre inovação, responsabilidade e crescimento sustentável, à medida que a sociedade avança em um futuro cada vez mais digital. Resta saber se plataformas como o YouTube manterão sua relevância em meio a tantas transformações, ou se surgirão novos competidores para desafiar o status quo.

A liderança do YouTube no mercado de streaming, impulsionada pela sua capacidade de adaptação e inovação contínua, demonstra como a flexibilidade e a diversidade de conteúdo são cruciais para atender às demandas de um público global em constante evolução.

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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Novo ar 431xn condicionado da Xiaomi promete economia de energia e alta eficiência térmica /noticia/7319/novo-ar-condicionado-da-xiaomi-promete-economia-de-energia-e-alta-eficiencia-termica.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/7319/novo-ar-condicionado-da-xiaomi-promete-economia-de-energia-e-alta-eficiencia-termica.html Thu, 13 Mar 2025 18:15:59 -0300 <![CDATA[O Mijia Super Energy-Saving Pro 2025 foi projetado para operar em condições extremas, conseguindo aquecer ambientes com temperaturas de até -35°C e resfriar espaços com até 65°C. Além disso, a tecnologia Ngyun Energy Saving 2.0 permite reduzir o consumo de energia em até 40%, ajustando automaticamente o funcionamento do aparelho de acordo com as necessidades do ambiente.Segundo a Xiaomi, esse sistema garante que o ar-condicionado tenha uma classificação “ultra” em eficiência...]]> <![CDATA[

O Mijia Super Energy-Saving Pro 2025 foi projetado para operar em condições extremas, conseguindo aquecer ambientes com temperaturas de até -35°C e resfriar espaços com até 65°C. Além disso, a tecnologia Ngyun Energy Saving 2.0 permite reduzir o consumo de energia em até 40%, ajustando automaticamente o funcionamento do aparelho de acordo com as necessidades do ambiente.

Segundo a Xiaomi, esse sistema garante que o ar-condicionado tenha uma classificação “ultra” em eficiência energética, proporcionando uma economia anual de até 361 kWh de eletricidade. Outro diferencial é o nível de ruído extremamente baixo, de apenas 18 dB, equivalente ao som das folhas se movendo ao vento.

Tecnologia avançada para maior desempenho

O modelo conta com um compressor de dois cilindros, que oferece 30% mais estabilidade em baixas frequências e reduz o ruído em 5%. Além disso, o condensador duplo aumenta a área de transferência de calor em 82%, o que melhora ainda mais a eficiência do aparelho.

Outro destaque é a velocidade de climatização: o ar-condicionado pode resfriar um ambiente em apenas 30 segundos e aquecê-lo em 60 segundos, garantindo conforto térmico quase imediato.

Sistema de autolimpeza e combate a bactérias

Para garantir um ar mais saudável, o Mijia Super Energy-Saving Pro 2025 conta com um modo de autolimpeza em múltiplos estágios, incluindo um ciclo de secagem a 56°C que ajuda a eliminar 99% das bactérias. Isso reduz a necessidade de manutenções frequentes e melhora a qualidade do ar no ambiente.

Preço e disponibilidade

Atualmente, o novo ar-condicionado da Xiaomi foi lançado apenas na China, sem previsão de chegada a outros mercados.

As opções disponíveis do Mijia Super Energy-Saving Pro 2025 são a versão de 1,5 HP, vendida por 2.399 yuan (cerca de R$ 1.913), e a versão de 2 HP, mais potente, com preço de 2.999 yuan (cerca de R$ 2.391).

Com um design inovador, eficiência energética e recursos inteligentes, o Mijia Super Energy-Saving Pro 2025 se destaca como uma opção promissora para quem busca economia e conforto térmico.



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Empresa acusada de espionar 1.400 usuários do WhatsApp é condenada nos EUA 5r4539 /noticia/6082/empresa-acusada-de-espionar-1-400-s-do-whatsapp-e-condenada-nos-eua.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/6082/empresa-acusada-de-espionar-1-400-s-do-whatsapp-e-condenada-nos-eua.html Mon, 23 Dec 2024 10:05:43 -0300 <![CDATA[Grupo israelense foi responsabilizado por instalar programa espião Pegasus em celulares em 2019, a partir de uma brecha que existia no sistema de chamadas de vídeo do app. Jornais afirmam que há uma lista de 50 mil smartphones invadidos pelo malware Pegasus DuoNguyen/UnsplashA Justiça dos Estados Unidos condenou, na última sexta-feira (20), a empresa israelense NSO Group por explorar uma brecha no WhatsApp para instalar um programa espião nos celulares dos usuários.O processo contra a...]]> <![CDATA[Grupo israelense foi responsabilizado por instalar programa espião Pegasus em celulares em 2019, a partir de uma brecha que existia no sistema de chamadas de vídeo do app. Jornais afirmam que há uma lista de 50 mil smartphones invadidos pelo malware Pegasus

DuoNguyen/Unsplash

A Justiça dos Estados Unidos condenou, na última sexta-feira (20), a empresa israelense NSO Group por explorar uma brecha no WhatsApp para instalar um programa espião nos celulares dos usuários.

O processo contra a empresa foi aberto em 2019 pela Meta (na época chamada de Facebook), dona do WhatsApp. Ela acusou a NSO de invadir seus servidores sem autorização para instalar o programa espião Pegasus e monitorar 1.400 pessoas ilegalmente.

Segundo o WhatsApp, o Pegasus era instalado nos celulares das vítimas por meio do códigos maliciosos que a NSO enviou entre abril e maio de 2019 usando uma vulnerabilidade no recebimento de chamadas de vídeo do aplicativo.

A vítima não precisaria sequer atender a ligação para que o ataque fosse concluído

A falha foi corrigida em maio, quando o WhatsApp divulgou um alerta orientando que seus usuários atualizassem o app.

Em 2021, jornais do Reino Unido e dos EUA revelaram a existência de uma lista de 50 mil números que teriam sido alvos em potencial do Pegasus.

Eles pertenciam a jornalistas, ativistas de direitos humanos e dissidentes. Líderes de Estado, como o presidente da França, Emmanuel Macron, também apareciam na relação de possíveis vítimas.

VÍDEO: Veja quem são os líderes mundiais que estão na lista de espionagem do programa Pegasus

O NSO Group sempre negou as acusações, alegando que o Pegasus é vendido apenas para agências governamentais e que é usado somente para perseguir terroristas e grandes criminosos. E que não tem o aos dados de seus clientes.

ENTENDA: o que é o Pegasus

Nesta sexta, a juíza Phyllis Hamilton, de Oakland, na Califórnia, considerou o grupo culpado por hacking e quebra de contrato, segundo a agência Reuters. O próximo o será o julgamento dos prejuízos que teriam sido gerados pela espionagem ilegal.

A responsabilização da empresa que desenvolveu o programa espião foi comemorada pelo WhatsApp e bem recebida por especialistas em segurança digital, reportou a Reuters.

O presidente do WhatsApp, Will Cathcart, disse que a condenação é uma vitória para a privacidade.

"amos cinco anos apresentando nosso caso porque acreditamos firmemente que empresas de programas de espionagem não podem se esconder atrás de imunidade ou evitar arcar com as consequências pelas suas ações ilegais", escreveu Cathcart em um post na rede social X.

"Empresas de monitoramento deveriam saber que espionagem ilegal não será tolerada", acrescentou.

John Scott-Railton, pesquisador sênior do Citizen Lab, grupo de pesquisa de segurança digital da Universidade de Toronto, no Canadá, que foi o primeiro a falar sobre as suspeitas envolvendo o programa de espionagem Pegasus, em 2016, considerou que o julgamento foi um marco com "implicações enormes para a indústria da espionagem".

"Toda a indústria tem se escondido sob o que quer que os clientes façam com suas ferramentas não é responsabilidade delas", disse Scott-Railton à Reuters. A decisão desta sexta deixa claro que "o NSO Group é, de fato, responsável por infringir várias leis", completou.

O NSO Group também é alvo de outro processo aberto pela Apple.

Sucessão de suspeitas

Quando o WhatsApp acusou a NSO, o grupo disse que não atuava diretamente na aplicação de suas tecnologias, mas isso foi contestado pelo Facebook (que depois virou a Meta). A empresa dizia ter evidências de que a criadora do software de espionagem também auxiliou em sua operação.

Na época, Will Cathcart, diretor do WhatsApp, afirmou que o NSO Group não teria conseguido apagar seus rastros, embora o ataque tenha sido altamente sofisticado.

Segundo a Meta, pessoas ligadas ao NSO criaram contas no WhatsApp entre janeiro de 2018 e maio de 2019. Nesse período, essas pessoas aceitaram os termos de serviço do WhatsApp, o que significa que elas estariam sujeitas aos termos.

Ao violar os termos e atacar usuários do WhatsApp, o NSO Group, por meio de seus colaboradores, teria infringido também a legislação de crimes informáticos dos EUA.

O Pegasus ficou conhecido por supostamente ter sido utilizado para invadir o celular do fundador da Amazon, Jeff Bezos, em 2020. A suspeita é de que o programa de espionagem tenha sido instalado no iPhone de Bezos por meio de um vídeo enviado pelo WhatsApp.

Em 2021, o Forbidden Stories, organização sem fins lucrativos de Paris, e a Anistia Internacional, informaram a um grupo de jornais que tinham conseguido uma lista de 50 mil números que poderiam ter sido invadidos pelo Pegasus.

Na lista estavam números de jornalistas que trabalhavam para as agências Associated Press e Reuters, para os jornais "The Wall Street Journal", "The Financial Times" e "Le Monde" e para a rede CNN.

A Anistia Internacional afirmou que na lista também constava o número de telefone de Hatice Cengiz, a noiva do jornalista Jamal Khashoggi, assassinado no consulado da Arábia Saudita em Istambul em 2018 (o smartphone dela foi incluído no rol quatro dias depois do assassinato).

Dos 50 mil smartphones da lista da Forbidden Stories e da Anistia Internacional, 15 mil eram do México. Além do México, havia muitos números da Arábia Saudita e de outros países do Oriente Médio, além de França, Hungria, Índia, Azerbaijão, Cazaquistão e Paquistão, entre outros países.

A Anistia denunciava ataques a ativistas e jornalistas por meio do Pegasus havia pelo menos 3 anos. De acordo com um relatório do Citizen Lab de 2018, havia indícios de que o programa foi usado em 45 países, entre eles o Brasil. ]]>
Operadoras podem ativar '5G puro' em todo o Brasil 5d4b4l mas só 18% das cidades têm antenas compatíveis; mapa mostra cada uma delas /noticia/6080/operadoras-podem-ativar-5g-puro-em-todo-o-brasil-mas-so-18-das-cidades-tem-antenas-compativeis-mapa.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/6080/operadoras-podem-ativar-5g-puro-em-todo-o-brasil-mas-so-18-das-cidades-tem-antenas-compativeis-mapa.html Wed, 04 Dec 2024 03:08:04 -0300 <![CDATA[Dados da Anatel mostram que, dos 5.570 municípios brasileiros, 1.022 têm antenas 5G, mas isso não garante que elas estejam em funcionamento. Operadoras têm até 2029 para levar tecnologia para todo o país. 5GReprodução/TV GloboA principal faixa de frequência do 5G está livre para ser usada pelas operadoras em todo o Brasil, mas só 18% das cidades têm antenas compatíveis, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – veja abaixo o endereço de cada uma delas.O...]]> <![CDATA[Dados da Anatel mostram que, dos 5.570 municípios brasileiros, 1.022 têm antenas 5G, mas isso não garante que elas estejam em funcionamento. Operadoras têm até 2029 para levar tecnologia para todo o país. 5G

Reprodução/TV Globo

A principal faixa de frequência do 5G está livre para ser usada pelas operadoras em todo o Brasil, mas só 18% das cidades têm antenas compatíveis, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – veja abaixo o endereço de cada uma delas.

O órgão informou na última segunda-feira (2) que todas as cidades no país estão aptas a receber o 5G standalone, também chamado de "5G puro". É ele que oferece os principais benefícios dessa geração de internet móvel.

Dos 5.570 municípios brasileiros, 1.022 têm antenas 5G (standalone ou não), de acordo com dados de dezembro de 2024. Isso não significa um atraso das operadoras, que começaram a liberar o sinal em julho de 2022 e têm até o final de 2029 para levar a tecnologia para todo o país.

Hoje, são 33.345 estações rádio-base (ERBs) licenciadas por seis operadoras que venceram o leilão para uso da quinta geração de internet móvel.

As antenas 5G no Brasil

Com o padrão standalone, a rede pode n

Os dados da Anatel se referem a antenas licenciadas, mas não há garantia que elas realmente estejam em funcionamento. Por isso, não é possível dizer quantas cidades, de fato, têm o sinal ativo.

A agência explicou ao g1 que "se pressupõe que a estação esteja em plena operação se a empresa efetuar o seu licenciamento".

Mas a Conexis, que representa as operadoras, disse que as empresas podem licenciar a antena antes de elas entrarem em operação. Além disso, o funcionamento de uma antena pode ser interrompido pontualmente por fatores como falhas técnicas, furtos ou vandalismo, afirmou a entidade.

Vantagens do 5G 'puro'

O 5G standalone é a versão mais avançada dessa geração de internet móvel – no início da operação no país, operadoras ofereceram versões de transição, que ainda aproveitavam parte da infraestrutura do 4G.

Ele funciona na frequência de 3,5 GHz, que era destinada para o sinal da TV parabólica. A Claro, a TIM e a Vivo, vencedoras dos blocos nacionais do leilão do 5G, tiveram que financiar a mudança da faixa da parabólica para liberar seu uso para a internet móvel.

Com o padrão standalone, a rede diminui ainda mais a latência, isto é, o tempo mínimo de resposta do entre um aparelho e os servidores de internet. Assim, o "delay" (ou atraso) em ligações de vídeo e em jogos online fica menor.

Outra característica que faz essa versão se diferenciar de gerações de redes anteriores é a capacidade de lidar com muito mais dispositivos ao mesmo tempo. A conexão também se torna mais confiável, já que um aparelho pode se conectar com mais de uma antena ao mesmo tempo.

A expectativa é que essas características contribuam com avanços em setores como indústria, comércio, agricultura e saúde.

Logo do 5G.

ERIC PIERMONT/AFP

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A misteriosa empresa de Malta por trás do 'Jogo do Tigrinho' 6b3k5g /noticia/6076/a-misteriosa-empresa-de-malta-por-tras-do-jogo-do-tigrinho.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/6076/a-misteriosa-empresa-de-malta-por-tras-do-jogo-do-tigrinho.html Tue, 03 Dec 2024 19:26:13 -0300 <![CDATA[Jogo do Tigrinho se popularizou no Brasil graças a influenciadores que promovem golpes com o jogo. A empresa que criou o jogo não fala sobre o assunto. Jogo do Tigrinho, ou Fortune Tiger, é um jogo de caça-níquel para celularesReprodução - Fortune Tiger"Joguei o jogo e a plataforma não me pagou. Zerou minha banca.""Conseguiram acabar com a minha vida. Arrecadam dinheiro às custas de roubar tudo o que a pessoa tem, isso quando não leva a vida também."Esses comentários — e dezenas...]]> <![CDATA[Jogo do Tigrinho se popularizou no Brasil graças a influenciadores que promovem golpes com o jogo. A empresa que criou o jogo não fala sobre o assunto. Jogo do Tigrinho, ou Fortune Tiger, é um jogo de caça-níquel para celulares

Reprodução - Fortune Tiger

"Joguei o jogo e a plataforma não me pagou. Zerou minha banca."

"Conseguiram acabar com a minha vida. Arrecadam dinheiro às custas de roubar tudo o que a pessoa tem, isso quando não leva a vida também."

Esses comentários — e dezenas de outros — aparecem em postagens da empresa de softwares PG Soft, sediada em Malta, um país insular no sul da Europa. Há muitos comentários de brasileiros, mas também de pessoas de diversos países do mundo, como Tailândia, Indonésia, China, Filipinas, Paquistão e Coreia do Sul.

A PG Soft é a empresa criadora do Fortune Tiger, o jogo de apostas no celular que no Brasil é conhecido como Jogo do Tigrinho e virou uma febre — e que também está no centro de dezenas de investigações sobre golpes.

O game é um caça-níquel para celulares e para jogá-lo é preciso entrar em uma casa de aposta (as chamadas "bets") que o ofereça. No Brasil, isso era ilegal até dezembro de 2023, porque jogos de caça-níquel eram proibidos. Os jogos em máquinas de caça-níquel em máquina seguem proibidos por lei, mas os jogos de caça-níquel para celular foram liberados pela lei 14.790 de dezembro do ano ado.

Mas o que fez o jogo se popularizar mesmo no Brasil ao longo dos últimos dois anos foi que ele viralizou nas redes sociais, graças a influenciadores que promovem "táticas especiais" para se vencer no jogo.

Investigações policiais revelaram que muitos desses influenciadores estavam agindo, na verdade, sob a orientação de criminosos que promoviam golpes usando o jogo (leia mais abaixo em detalhes como funciona o golpe).

Essa promoção nas redes sociais por influencers fez com que o jogo chegasse a milhões de brasileiros em todo o país.

Em Alagoas, a operação Game Over prendeu cinco influencers que promoviam golpes do Jogo do Tigrinho e ostentavam carros como Porsche, Pajero e Land Rover, que foram apreendidos pela polícia. Houve operações semelhantes em Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais e Pará.

A escala de alguns golpes é impressionante. Um delegado no Alagoas contou à BBC News Brasil que um único influencer preso no Estado conseguiu arrecadar R$ 38 milhões com golpes.

As vítimas são de todas as classes sociais — desde beneficiários do Bolsa Família a médicos e empresários. Uma das vítimas chegou a perder R$ 730 mil jogando o Jogo do Tigrinho falso.

O Jogo do Tigrinho falso costuma ser apenas uma versão de demonstração do jogo. O apostador pode achar que está ganhando ou perdendo, mas na verdade aquilo que acontece no jogo falso não se traduz em lucros ou prejuízos.

Ao tentar sacar o dinheiro depositado com supostos lucros, o usuário percebe que não há nada a ser sacado, pois seu dinheiro foi roubado.

A BBC News Brasil não encontrou indícios de que a fabricante PG Soft tenha qualquer participação nos golpes. Mesmo assim, suas redes sociais estão inundadas com reclamações de usuários que perderam dinheiro com o jogo, ou que ganharam mas não conseguiram sacar seu lucro.

A empresa nunca se pronunciou oficialmente sobre os golpes que vem sendo dados usando seu jogo como isca. E também não deu respostas às dezenas de pessoas — brasileiros e estrangeiros — que reclamam nas suas plataformas.

Recentemente a PG Soft colocou no ar uma ferramenta para auxiliar usuários a se certificarem que estão jogando uma versão oficial do jogo.

"Não deixe que jogos falsificados estraguem sua diversão — continue com a experiência confiável da PG Soft®", diz a postagem da empresa, em inglês.

A BBC News Brasil tentou entender quem é a empresa por trás do Jogo do Tigrinho — e como a popularidade do jogo no Brasil se encaixa no modelo de negócios.

A empresa tem lucrado com o jogo no país? A empresa tem algo a falar sobre as diversas reclamações de jogadores no Brasil e no resto do mundo?

A PG Soft não retornou nenhum dos nossos contatos.

A BBC News Brasil obteve documentos referentes à PG Soft e conversou com especialista no mundo de jogos de azar por celular, autoridades no Brasil que investigaram o jogo para entender o fenômeno.

O que é o Jogo do Tigrinho?

O Fortune Tiger, ou Jogo do Tigrinho, é um jogo de caça-níquel para celular — com cores bastante chamativas, uma alegre música oriental e um carismático tigre animado.

Semelhante aos jogos de caça-níquel tradicionais, o jogador não faz nada além de apertar um botão. O botão faz girar três "rolos" na tela — cada rolo com símbolos diferentes, como tangerinas, potes de ouro ou joias. Quando os rolos param de girar, é possível ver nove símbolos na tela, exibidos em três linhas com três colunas.

Caso haja algum alinhamento de três símbolos semelhantes, o jogador ganha um pouco de dinheiro. O jogo também possui multiplicadores aleatórios. Às vezes, o jogador é brindado com um desses "presentes", e seu lucro pode ser multiplicado por dez vezes – um dos grandes atrativos do jogo.

Games como o Jogo do Tigrinho são conhecidos como RNG, sigla em inglês para gerador de números aleatórios. Na prática, é uma loteria pura e simples: o software do caça-níquel está gerando números e distribuindo prêmios aleatoriamente.

Uma coisa importante a se falar sobre o Jogo do Tigrinho é que, no longo prazo, os jogadores sempre sairão perdendo. Isso acontece com todos os caça-níqueis, sejam eles de celular ou em cassinos de verdade. As promessas de influenciadores que aparecem na internet de ganho sustentável são falsas.

O próprio Fortune Tiger divulga que seu retorno ao jogador (RTP, na sigla em inglês) é de 96,81%. Isso significa que, no longo prazo, quem jogar o Fortune Tiger por muito tempo tende a receber apenas R$ 96,81 para cada R$ 100 apostados.

Jogos de caça-níquel sempre geram perdas aos jogadores no longo prazo

Getty Images

No curto prazo, porém, alguns jogadores podem ganhar algum dinheiro — e é essa perspectiva que atrai muitos jogadores.

Nos países onde jogos de azar são legais, o retorno ao jogador (RTP) costuma ser auditado por órgãos governamentais especializados em cada país. No Brasil, o ministério da Fazenda aceita jogos que possuem certificações internacionais — que é o caso do Jogo do Tigrinho.

Quem criou o Jogo do Tigrinho?

O Fortune Tiger foi lançado em 2016 por uma empresa sediada em Malta chamada Pocket Games Soft, ou PG Soft.

Malta é conhecida por ser uma espécie de "Vale do Silício" da indústria de jogos de azar, onde centenas de empresas estão baseadas, atraindo programadores e empresários.

Malta foi pioneira em legislar sobre apostas online no começo dos anos 2000 e desde então implementou leis que facilitam que empresas de jogos de azar se instalem no país.

Dados da Eurostat (braço de estatísticas da União Europeia), indicam que a indústria de jogos de azar responde por 16% da economia do pequeno país — em outros países europeus esse setor corresponde a menos de 1% da economia, em média.

Malta também tem a reputação de ser um paraíso fiscal — que são países que atraem empresas com baixos impostos. No caso de Malta, empresas internacionais costumam pagar um imposto corporativo de 5%, em vez da média da União Europeia, que é de mais de 20%.

No seu site oficial na internet, a PG Soft afirma ser "líder mundial de jogos eletrônicos, a primeira a cruzar o desenvolvimento de jogos eletrônicos online e offline" e que recruta especialistas "formados em Cambridge e Oxford".

A PG Soft diz que seus mais de cem jogos, disponibilizados em 23 línguas, são usados por mais de 500 mil pessoas no mundo. V

ídeos da empresa na internet mostram que a empresa ocupou um estande grande na ICE London 2023, a maior feira do mundo da indústria de jogos de azar, realizada no Excel Centre de Londres.

Mas, apesar das credenciais, a empresa ainda não está entre as mais conhecidas no ramo, segundo jornalistas especializados da indústria de jogos de azar com quem a BBC News Brasil falou.

Malta virou uma espécie de Vale do Silício para indústria de apostas. País também é considerado um paraíso fiscal

Getty Images

A PG Soft produz dezenas de jogos de caça-níqueis para celular. Os canais da empresa na internet divulgam diversas linhas de jogos que têm exatamente a mesma mecânica do Jogo do Tigrinho, mas com gráficos e músicas diferentes.

O próprio Fortune Tiger é parte de uma série de jogos da empresa inspirados no horóscopo chinês. Há também os jogos do rato ("Fortune Mouse"), do dragão ("Fortune Dragon"), entre outros.

No LinkedIn, a empresa diz ter sido fundada em 2015 em Malta e que conta com mais de 200 empregados.

Mas há poucos sinais de uma grande estrutura em Malta. Documentos da junta comercial de Malta vistos pela BBC News Brasil mostram que o endereço listado pela empresa é de um pequeno prédio com diversos outros escritórios.

Outros documentos obtidos pela BBC (veja abaixo na seção Paradise Papers) revelaram que mais de 60 empresas diferentes, sem aparente ligação com a PG Soft, foram registradas no mesmo andar do pequeno prédio no centro de Valeta, a capital de Malta.

Os dados disponíveis no LinkedIn revelam que há 24 pessoas na plataforma que colocam a PG Soft como empregador: a grande maioria delas fora de Malta, em países como Tailândia, Indonésia e Singapura. A formação da maioria dos funcionários também é em universidades asiáticas.

O único funcionário que aparece no LinkedIn como baseado em Malta é o fundador da empresa, Ken Zhang. Em seu perfil, ele aparece como diretor ("managing director") da PG Soft desde 2016 aos dias atuais. Seu perfil parece não ter nenhuma atividade há cinco anos.

As postagens da empresa no LinkedIn e em outras plataformas são cheias de reclamações de pessoas que dizem ter perdido dinheiro com o Jogo do Tigrinho.

Apesar de o Jogo do Tigrinho ser um fenômeno no Brasil, não há nenhuma menção no site da empresa sobre o país— nem mesmo para promover seus produtos junto ao público brasileiro. Também não há nenhuma resposta direta para as reclamações dos usuários.

Neste mês, a PG Soft começou a promover uma ferramenta para verificação dos seus jogos — para que os usuários se certifiquem que não estão jogando uma versão falsificada do jogo.

A BBC News Brasil tentou contato com com Ken Zhang e com um outro diretor da empresa — tanto pelos canais oficiais da empresa como pelo LinkedIn, mas não obteve resposta.

Dados da Malta Gaming Authority (a autoridade reguladora de jogos de azar de Malta) mostram que em setembro de 2020 a PG Soft chegou a ter sua licença de operação suspensa.

"A Pocket Games Software Limited não está mais autorizada a realizar quaisquer operações de jogo, registrar novos jogadores ou aceitar novos depósitos de clientes, mas é obrigada a reter e fornecer o a todos os jogadores registrados às suas contas de jogador e a reembolsar todos os fundos creditados aos jogadores, de acordo com a lei aplicável", diz o documento da MGA de 2020.

A suspensão foi dada porque a empresa não teria informado mudanças no seu quadro acionário e por não ter informado dados de desempenho econômico. Mas desde então a situação foi regularizada.

Paradise Papers

A PG Soft é mencionada seis vezes no Paradise Papers, um grande vazamento de documentos de uma das principais firmas de criação de empresas offshores no mundo, a Appleby.

Os documentos do Paradise Papers foram obtidos pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung em 2016 e disponibilizados ao Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês) — que deu o à BBC News Brasil.

Offshores são companhias em lugares não submetidos às leis e regulamentações de um país, para onde indivíduos e empresas podem mandar recursos para tirar vantagem de impostos mais baixos ou inexistentes.

Estas jurisdições são conhecidas como paraísos fiscais ou "centros financeiros offshore (OFCs, na sigla em inglês)", no jargão da indústria financeira. Geralmente são lugares com estabilidade política e regras que garantem o sigilo e a confiabilidade dos depósitos. Malta é um dos chamados paraísos fiscais no Paradise Papers.

O uso de paraísos fiscais e offshores não é ilegal.

Os documentos revelam que o representante legal da PG Soft é Michael Spiteri Bailey, diretor da AE Business Advisors, empresa que ajuda outras empresas a abrirem seus negócios em Malta.

Bailey também aparece no Paradise Papers como representante legal de diversas outras empresas em Malta.

O endereço da AE Business Advisors, o Valletta Buildings, na capital de Malta, é o mesmo da PG Soft — e o mesmo de várias outras empresas que aparecem no Paradise Papers.

Os documentos do vazamento revelam que no mesmo endereço da PG Soft e da AE Business Advisors foram registradas mais de 60 empresas diferentes entre 2009 e 2016. Algumas delas também listam Bailey como representante judicial.

A BBC News Brasil tentou contato com Bailey para esclarecer a relação da PG Soft com sua empresa e com a Appleby, mas não recebeu nenhum retorno.

Como funcionam os golpes com o Jogo do Tigrinho?

Um dos pontos que a BBC News Brasil levantou junto à PG Soft é se a empresa está ciente que seu jogo está sendo usado em diversos golpes no Brasil.

Autoridades brasileiras dizem que o Jogo do Tigrinho está sendo usado por golpistas e influencers para roubar dinheiro em diversos Estados brasileiros.

O delegado Lucimério Campos, da Polícia Civil do Alagoas, explicou como a maioria desses golpes funcionam.

O golpe começa com influenciadores brasileiros sendo abordados em redes como Instagram ou Telegram por pessoas no exterior — geralmente baseadas nos Emirados Árabes — com uma proposta de dinheiro para gravar e promover um vídeo em suas redes sociais, na qual "ensinam" como ganhar no Jogo do Tigrinho.

Alguns influenciadores que fecharam acordo com promotores disseram acreditar que muitos dos criminosos que os abordaram eram estrangeiros, pois o português usado nas mensagens parecia ter sido traduzido por um tradutor automático, como Google Translate.

A "lição" ensinada nos vídeos é sempre a mesma: o influenciador diz ter descoberto uma casa de apostas onde é possível jogar uma versão com defeito do jogo ("o jogo está bugado", como costumam falar).

A plataforma bugada estaria pagando muito dinheiro aos jogadores. Nos vídeos, o influencer aparece ganhando diversas rodadas em sequência.

"Vamos lá, galera, a plataforma está bugada e eu estou forrando (ganhando muito dinheiro)", diz um dos vídeos. Também há vídeos e postagens de influencers com carros de luxo e joias.

Alguns vídeos ainda "ensinam" truques falsos, como horários específicos a se jogar o Jogo do Tigrinho na suposta plataforma bugada.

Mas é tudo mentira: não existe nenhuma habilidade em jogos de caça-níqueis. O jogador só aperta o botão e o sorteio determina se ele ganha ou não. E no longo prazo, ele sempre perde.

No vídeo, o influenciador diz que o link da "plataforma bugada" está publicado nos comentários ou na descrição do vídeo. Os comentários também são povoados com mensagens tipo "eu consegui ganhar", "também forrei!" — mas ao clicar em muitos desses perfis é possível ver que são bots.

O link leva a uma plataforma falsa, onde o usuário faz um cadastro e deposita um dinheiro por Pix. Os investigadores dizem que, na medida em que as plataformas ilegais são derrubadas, esse link é trocado para outras plataformas ilegais.

Mas não existe uma "plataforma bugada", segundo os investigadores. A plataforma ilegal usa uma versão de demonstração do jogo, em que dinheiro fictício é apostado — mas o usuário acha que está jogando o jogo de verdade.

E também não existe retorno financeiro. Quando os jogadores tentam sacar os valores que teriam supostamente ganho no Jogo do Tigrinho, eles não conseguem sacar nada. O dinheiro fica todo com os criminosos, que usam uma parte para aliciar novos influencers.

Polícia de Alagoas apreendeu carros de luxo de influenciadores que promoviam Jogo do Tigrinho online

Polícia Civil de Alagoas

O golpe é um tradicional esquema de pirâmide financeira, diz o delegado. Os influencers servem como recrutadores para atrair novos jogadores. Enquanto houver novos jogadores entrando na base da pirâmide, o dinheiro do Pix vai sendo distribuído entre criminosos e influencers.

Priscila Ferreira, pesquisadora da ENV Media — empresa irlandesa que faz pesquisas sobre a indústria de jogos de azar e que recentemente foi comprada pela casa de apostas KTO, sediada em Curaçao — escreveu artigos sobre a popularidade do Jogo do Tigrinho no Brasil.

Ela diz que um dos motivos pelos quais esses golpes se tornaram tão populares no Brasil é que eles foram vendidos como uma forma de se ganhar dinheiro — e não como entretenimento.

"Os influenciadores vendem o Jogo do Tigrinho como uma solução financeira. Eles dizem: 'joguem que isso dá dinheiro, jogue em tal horário que você vai conseguir', 'gira tantas vezes', etc.. Mas nós sabemos que não é assim que funcionam os jogos de caça-níqueis", diz ela.

"Os jogos são aleatórios e são feitos testes em laboratórios para comprovar isso. O Fortune Tiger tem o certificado da Gamings Associates Europe que comprova que não tem como manipular o jogo de jeito nenhum."

As polícias de diversos Estados do Brasil conseguiram prender diversos influencers, que são quem faz a publicidade enganosa do Jogo do Tigrinho.

Mas os outros elos da cadeia de criminosos estão no exterior. Os donos das fintechs — onde são feitos os depósitos brasileiros de Pix das plataformas ilegais — também ficam baseados no exterior, apesar de muitos serem brasileiros com um endereço registrado no país.

E a polícia diz que os donos das plataformas ilegais são estrangeiros, muitos deles baseados nos Emirados Árabes.

Como o Jogo do Tigrinho é usado?

Apostas esportivas estão legalizadas no Brasil, e jogos de caça-níquel para celular foram legalizados em dezembro de 2023

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Não há indícios do envolvimento da PG Soft de Malta nos golpes ou em qualquer atividade ilegal. Mas as autoridades brasileiras ainda querem entender como o Jogo do Tigrinho consegue ser usado pelos golpistas no Brasil.

"Durante a investigação, nós percebemos que existia o artifício de uso de uma conta demo, que é uma conta onde se demonstra como se deve jogar o Jogo do Tigrinho. Ali, você não ganha; você simula ganhos. O dinheiro que é mostrado ali é apenas virtual", diz o delegado Lucimério Campos, da Polícia Civil de Alagoas.

"A dúvida que ainda permeia nossa cabeça é: essa empresa cria o jogo e dá o código fonte a outros, que manipulam o jogo? Ou o jogo [que aparece nos vídeos dos influencers, com grandes ganhos] é o mesmo que as pessoas jogam? Nem mesmo os influencers [presos] souberam nos dizer isso."

A BBC News Brasil tentou entrar em contato com a PG Soft para saber se a empresa está ciente dos golpes envolvendo seu jogo, mas não obteve retorno.

Recentemente, a empresa lançou um verificador para que as pessoas confiram a autenticidade do jogo. Há um tutorial no canal da empresa no YouTube sobre como usar o verificador — mas apenas em inglês.

Kyle Goldsmith é jornalista do site especializado iGaming Business e vem cobrindo o setor de apostas no Brasil.

"Não é o conteúdo do jogo que tem sito o problema. Ele não está fazendo nada particularmente fora dos padrões. É o marketing do jogo que é o grande problema, que está sendo liderado por influenciadores."

Para Priscila Ferreira, da ENV Media, a empresa provavelmente não antecipou que o jogo seria tão popular entre brasileiros — e que seria usado para tantos golpes.

"Eu acredito que a PG Soft nunca ia imaginar que o jogo deles ia tomar toda essa proporção aqui no Brasil. Eles são uma empresa que faz vários jogos de slot (caça-níqueis)", diz Priscila Ferreira, da ENV Media. "Eu nunca vi eles dando declarações sobre o que eles acham sobre tudo isso."

O jornalista Kyle Goldsmith afirma que mesmo com a empresa não estando envolvida nos golpes, todo o esquema de influencers no TikTok beneficiou muito a marca Fortune Tiger — já que o jogo se tornou popular em todo o Brasil graças a esse "marketing orgânico".

"Esses links [de plataformas ilegais] estão atraindo as pessoas e beneficiando os influencers. Todo mundo está ganhando. Você tem o operador cujos jogos estão sendo jogados, você tem a PG Soft que fornece os jogos e o influenciador", diz Goldsmith.

Uma das perguntas não respondidas é: quanto os jogos realizados no Brasil com a versão oficial do jogo representam no faturamento da PG Soft? Ou seja: quanto do dinheiro perdido por apostadores brasileiros nas versões oficiais do Jogo do Tigrinho vira lucro da empresa em Malta?

Especialistas da indústria dizem que os provedores de jogos, como a PG Soft, costumam ganhar um percentual do lucro que as bets têm com seus games.

Priscila Ferreira explica que nos acordos comerciais entre as bets e os provedores dos jogos, como a PG Soft, é estipulado quanto cada parte ganha do dinheiro apostado.

"Os jogos têm um RTP, que é o retorno ao jogador. Toda vez que um jogo arrecada um dinheiro, ele precisa distribuir um percentual para os jogadores. Não é tudo apenas para um jogador — o dinheiro é distribuído a todos que estão jogando ao longo de um tempo", explica Ferreira.

"Nos cassinos, esses jogos costumam ter uma média de 97%. Se uma operadora [a "bet"] acumulou R$ 100 mil, então R$ 97 mil são distribuídos entre os jogadores, e o resto é o lucro do cassino. Do percentual que resta, o montante também é usado para cobrir gastos. E dentro disso, está o percentual do provedor do jogo — que eu não sei dizer quanto é." ]]>
Starlink quer ampliar operação no Brasil com mais 7 555pa 5 mil satélites; Anatel analisa em fevereiro /noticia/6068/starlink-quer-ampliar-operacao-no-brasil-com-mais-7-5-mil-satelites-anatel-analisa-em-fevereiro.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/6068/starlink-quer-ampliar-operacao-no-brasil-com-mais-7-5-mil-satelites-anatel-analisa-em-fevereiro.html Mon, 02 Dec 2024 19:04:23 -0300 <![CDATA[Empresa do bilionário Elon Musk opera satélites adequados para oferecer internet mais rápida a lugares de difícil o, como áreas rurais e isoladas. Antenas Starlink que serão distribuídas nas escolas estaduais do Pará.Marco Santos / Ag. ParáA Starlink, empresa do bilionário Elon Musk, quer ampliar sua operação no Brasil com mais 7,5 mil satélites entrando em operação. O pedido deve ser analisado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em 13 de fevereiro.O...]]> <![CDATA[Empresa do bilionário Elon Musk opera satélites adequados para oferecer internet mais rápida a lugares de difícil o, como áreas rurais e isoladas. Antenas Starlink que serão distribuídas nas escolas estaduais do Pará.

Marco Santos / Ag. Pará

A Starlink, empresa do bilionário Elon Musk, quer ampliar sua operação no Brasil com mais 7,5 mil satélites entrando em operação. O pedido deve ser analisado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em 13 de fevereiro.

O relator do processo, conselheiro Alexandre Freire, publicou o relatório nesta segunda-feira (2). No documento, Freire relata que o pedido de ampliação foi feito pela Starlink em dezembro de 2023.

Segundo dados de setembro, publicados por Musk, a empresa tem 6.350 satélites em órbita.

????Para operar no Brasil, qualquer empresa de internet por satélite precisa de autorização da Anatel. A Starlink já tem permissão para oferecer os serviços no país.

O que é e como funciona a Starlink, serviço de internet de Elon Musk

A empresa opera satélites "não geoestacionários" ou de "baixa órbita". Esses equipamentos são vistos como uma solução para oferecer internet mais rápida a lugares de difícil o, como áreas rurais e isoladas.

Acordo com concorrente

Em novembro, durante a visita do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil, a Telebrás celebrou um acordo com a chine SpaceSail, concorrente de Musk.

Os termos do acordo sinalizam a intenção de cooperação entre a Telebras e a SpaceSail, caso a chinesa e a operar no Brasil. Contudo, o negócio entre as empresas ainda não está selado.

"Estamos construindo aqui esse acordo para que eles possam estar o mais breve possível podendo estar ofertando esse serviço desde que cumpram todas as regras de legislação e regulatórias que eles vão estar tramitando na agência com o devido processo legal para estar sendo autorizado pela agência a operar", disse o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, na ocasião.

Para operar no país, a SpaceSail vai precisar abrir um CNPJ e entrar com a documentação na Anatel --responsável por autorizar a empresa a prestar serviços no Brasil.

Segundo o ministro, a chinesa tem 40 satélites em órbita e pretende lançar mais 648 nos próximos 14 meses. Até 2030, a empresa pretende ter 15 mil satélites orbitando o planeta. ]]>
5G standalone o471m de alta velocidade, a a operar em todo o Brasil; entenda a tecnologia /noticia/6066/5g-standalone-de-alta-velocidade-a-a-operar-em-todo-o-brasil-entenda-a-tecnologia.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/6066/5g-standalone-de-alta-velocidade-a-a-operar-em-todo-o-brasil-entenda-a-tecnologia.html Mon, 02 Dec 2024 11:32:21 -0300 <![CDATA[Liberação da faixa de 3,5 GHz abre caminho para o 5G puro, com conexão mais estável e avanços em áreas como telemedicina e carros autônomos. Ativação ainda depende das operadoras. Ícone do 5G em um iPhone.James Yarema/UnsplashA principal faixa do 5G, conhecida como 5G standalone (SA), começou a operar em todo o território nacional nesta segunda-feira (2).As operadoras já podem ativar esse 5G puro em qualquer cidade do país, caso desejem. No entanto, mesmo com a faixa liberada,...]]> <![CDATA[Liberação da faixa de 3,5 GHz abre caminho para o 5G puro, com conexão mais estável e avanços em áreas como telemedicina e carros autônomos. Ativação ainda depende das operadoras. Ícone do 5G em um iPhone.

James Yarema/Unsplash

A principal faixa do 5G, conhecida como 5G standalone (SA), começou a operar em todo o território nacional nesta segunda-feira (2).

As operadoras já podem ativar esse 5G puro em qualquer cidade do país, caso desejem. No entanto, mesmo com a faixa liberada, isso não significa que a tecnologia será imediatamente implementada em todas as cidades.

???? O edital do leilão do 5G, realizado em 2021, estabelece que as empresas devem ativar a tecnologia em todas as cidades até o final de 2029.

5G no Brasil: guia explica o que muda com a nova tecnologia

Enquanto a velocidade do 4G no Brasil é de cerca de 19,8 Mbps, a do 5G pode alcançar velocidades entre 1 e 10 Gbps, o que representa um aumento de 100 vezes ou mais em relação ao 4G.

Na última terça-feira (26), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Entidade a da Faixa (EAF) anunciaram a conclusão do processo de "limpeza" do sinal utilizado pelo 5G no Brasil.

No Brasil, a faixa utilizada pelo 5G é a de 3,5 gigahertz (GHz), anteriormente ocupada por serviços de satélites e radiodifusão, como as antenas parabólicas.

Por isso, para que o 5G puro pudesse ser ativado, foi necessário "limpar" a faixa, instalando filtros e kits para recepção do sinal de TV. Esse processo ficou sob a responsabilidade da EAF.

A liberação da faixa anunciada na terça-feira ada significa que não há risco de interferência no sinal 5G, permitindo que as operadoras ativem o standalone.

"A liberação da faixa de 3,5 GHz é o primeiro o necessário para a chegada do 5G. O edital do 5G fixou um cronograma de instalação da nova tecnologia, que tem sido cumprido e mesmo antecipado pelas operadoras", disse o presidente-executivo da Conexis Brasil Digital, que representa as operadoras, Marcos Ferrari.

Benefícios do 5G standalone

Logo do 5G.

ERIC PIERMONT/AFP

No início da operação, os usuários podiam se conectar ao 5G nas versões "non-standalone" (NSA), que utilizam parte da infraestrutura do 4G. Também existe o "DSS" (Compartilhamento Dinâmico de Espectro, na sigla em inglês), que algumas operadoras promoveram como "5G" desde 2020, mas que na verdade usa apenas a estrutura do 4G.

O 5G SA se destaca pela "ultrabaixa" latência, o tempo mínimo de resposta entre um aparelho e os servidores de internet – aquele "delay" que acontece em ligações em vídeo, quando é preciso esperar uns segundos até que a pessoa do outro lado veja e ouça o que falamos.

"No 4G, quando é muito boa a latência, ela é de 50 a 70 milissegundos. No 5G, pode ficar de 1 a 5 milissegundos. Estamos falando em reduzir numa ordem de 10 vezes o tempo que uma informação leva para percorrer a rede", disse Leonardo Capdeville, chefe de inovação tecnológica da TIM.

Outra característica do 5G SA, que o difere das gerações de rede anteriores, é que ele pode lidar com muito mais dispositivos ligados ao mesmo tempo.

A conexão também será mais confiável, pois um aparelho vai poder se conectar com mais de uma antena ao mesmo tempo. Isso é que vai revolucionar áreas como a indústria, a telemedicina, ambientes de realidade virtual, carros autônomos, entre outras.

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Internet lenta? Veja como medir a velocidade e melhorar sua conexão 425n36 /noticia/6064/internet-lenta-veja-como-medir-a-velocidade-e-melhorar-sua-conexao.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/6064/internet-lenta-veja-como-medir-a-velocidade-e-melhorar-sua-conexao.html Mon, 02 Dec 2024 03:55:42 -0300 <![CDATA[Se a velocidade estiver muito abaixo da contratada, sua conexão pode estar com problemas. É possível fazer mudanças no roteador para tentar melhorar a qualidade do Wi-Fi. Imagem de arquivo mostra pessoa usando celularTânia Rêgo/Agência BrasilA qualidade da internet é fundamental para realizar várias atividades no dia a dia, desde o trabalho e o ensino à distância até o lazer com jogos online, por exemplo. Para verificar como está a sua rede, é possível usar medidores de...]]> <![CDATA[Se a velocidade estiver muito abaixo da contratada, sua conexão pode estar com problemas. É possível fazer mudanças no roteador para tentar melhorar a qualidade do Wi-Fi. Imagem de arquivo mostra pessoa usando celular

Tânia Rêgo/Agência Brasil

A qualidade da internet é fundamental para realizar várias atividades no dia a dia, desde o trabalho e o ensino à distância até o lazer com jogos online, por exemplo. Para verificar como está a sua rede, é possível usar medidores de velocidade gratuitos.

Caso a velocidade esteja muito abaixo da contratada, é possível que a conexão esteja com problemas. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), eles podem estar no roteador, na operadora ou no dispositivo, como o celular ou o computador.

Para melhorar a conexão, o recomendado é evitar obstruções para o roteador e deixá-lo próximo aos dispositivos usados para ar a internet. Também é possível investir em roteadores mais modernos e melhorar as configurações desses aparelhos. Confira dicas abaixo.

Como medir a velocidade de internet?

Existem vários sites gratuitos para medir a velocidade de internet. Um deles é o Brasil Banda Larga, que foi criado por operadoras por ordem da Anatel e pode ser usado ao abrir este link e clicar em "Iniciar". O teste mostra os dados abaixo:

, a velocidade de transmissão de dados da internet para seu aparelho, medida em megabits por segundo (Mbps).

, a velocidade de transmissão de dados do seu aparelho para a internet, medida em megabits por segundo.

Latência, o tempo que um pacote de dados demora para ir do seu aparelho até o servidor e voltar – quanto maior a latência, pior a qualidade da rede.

Jitter, a variação entre o mínimo e o máximo de latência para entregar pacotes de dados – quanto maior o jitter, mais instável é a rede.

Perda, o percentual de pacotes de dados que não chegam ao destino.

Brasil Banda Larga, site para medir velocidade da internet

Reprodução

Por que a internet está lenta?

A qualidade da banda larga pode ser prejudicada por vários fatores que acontecem em um dos três pontos da conexão, segundo a Anatel:

Terminal, o aparelho usado para ar a internet – versões mais modernas de componentes de rede, processamento e memória tornam o uso mais veloz;

Conexão, o modem ou roteador – falhas nesses aparelhos podem diminuir a velocidade da conexão;

Provedor, a operadora contratada – quanto mais próximos dos usuários e dimensionados para o uso desejado os servidores estiverem, melhor a conexão

O que fazer para melhorar a conexão?

???? A primeira ação a ser feita é garantir que o sinal chegará aos dispositivos. Se você estiver tentando usar uma rede sem fio, evite obstruções para o roteador e não deixe ele dentro de armários, por exemplo. Procure mantê-lo próximo dos aparelhos que serão usados para ar a internet.

???????? Verifique também se há muitos dispositivos "pendurados" na rede com a ajuda de aplicativos como Wi-Fi Analyzer. Desconectar esses aparelhos da rede pode ajudar a melhorar a conexão.

???? Configure o roteador para operar na faixa de 5 GHz, que tem maior largura de banda, apesar de um alcance territorial menor. O padrão é a faixa de 2,4 GHz, que tem mais alcance, mas velocidades mais baixas – os roteadores das operadoras costumam ar as duas bandas e indicar onde é possível fazer a alteração.

Antes de adotar outras medidas, verifique se o problema não está com a operadora. É importante acionar a empresa e explicar o que acontece com a sua rede para não ter prejuízo desnecessário comprando aparelhos mais novos.

Se, ainda assim a situação não for resolvida, pode ser necessário investir em equipamentos de rede mais modernos. Confira abaixo o que pode ser feito.

???? Se não for possível deixar o dispositivo perto do roteador, considere adotar roteadores mesh, que criam uma espécie de malha para espalhar o sinal por toda a casa, incluindo as áreas em que ele não chega ou fica muito fraco.

???? Escolha um roteador com o padrão WI-Fi 6, que a velocidades de internet mais altas e menores taxas de latência – o celular ou o computador também precisam ser compatíveis com o padrão.

???? Escolha roteadores com portas Gigabit, que alcançam velocidades de 1 gigabit por segundo. Modelos mais simples têm portas Fast, que têm limites de 100 megabits por segundo (10% da capacidade dos modelos avançados).

Velocidade abaixo do esperado, e agora?

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) diz que os consumidores têm direito a receber a velocidade acordada em contrato.

Se ela não estiver sendo entregue, é possível registrar uma reclamação junto à operadora e anotar o protocolo de atendimento. Também é possível procurar a ouvidoria da empresa.

Se o problema não for resolvido, é possível fazer uma reclamação pelo site da Anatel.

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Como falar com adolescentes sobre os riscos do sexting? 43u4y /noticia/6062/como-falar-com-adolescentes-sobre-os-riscos-do-sexting.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/6062/como-falar-com-adolescentes-sobre-os-riscos-do-sexting.html Sun, 01 Dec 2024 11:10:26 -0300 <![CDATA[Especialistas sugerem que os pais abordem o assunto com os filhos e evitem transformar a conversa em uma bronca. Um dos riscos do 'sexting' é que fotos íntimas cheguem a mãos equivocadasGetty ImagesA tecnologia tem transformado profundamente nossas relações. Para adolescentes, isso muitas vezes significa que o despertar de uma relação sexual acontece por meio de um chat.O termo sexting se refere à prática de enviar e receber mensagens sexualmente explícitas pelo celular. É uma...]]> <![CDATA[Especialistas sugerem que os pais abordem o assunto com os filhos e evitem transformar a conversa em uma bronca. Um dos riscos do 'sexting' é que fotos íntimas cheguem a mãos equivocadas

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A tecnologia tem transformado profundamente nossas relações. Para adolescentes, isso muitas vezes significa que o despertar de uma relação sexual acontece por meio de um chat.

O termo sexting se refere à prática de enviar e receber mensagens sexualmente explícitas pelo celular. É uma prática comum entre adultos, mas também entre crianças e adolescentes.

Segundo um estudo da revista científica JAMA Pedriatics, um a cada três adolescentes entre 12 e 17 anos já recebeu uma mensagem com conteúdo sexual no celular.

Segundo Corrin Cross, porta-voz da Associação Estadunidense de Pediatria, a prática traz riscos, como ter o conteúdo caindo nas mãos de pessoas erradas.

Por isso, o papel dos pais é tão importante.

"Como pais, é nosso trabalho ajudar nossos filhos a evitar erros que podem causar problemas sérios. O sexting é uma dessas coisas que, quando feito de forma leviana, pode trazer consequências muito dolorosas", afirma a psicóloga clínica Karol Espejo em um artigo do Child Mind Institute.

Cross diz que, como o lobo frontal ainda não está completamente formado em crianças e adolescentes, eles não pensam plenamente nas consequências dos seus atos.

"Precisamos ajudá-los a ver quais são essas consequências, para que, quando eles arem por essas situações, eles se lembrem dessas conversas", disse.

Para os pais, no entanto, conversar com os filhos sobre uma prática que eles não têm muito conhecimento, e que tem a ver com sexualidade, nem sempre é fácil.

Confira quatro dicas de especialistas para abordar o assunto.

1. Converse antecipadamente com seu filho

Para Cross, um dos erros que os pais cometem é esperar muito tempo para ter esse tipo de conversa.

O sexting pode acontecer por volta dos 12 anos, quando as crianças começam a ter interesses afetivo-sexuais pelos outros, diz.

"É nessa época que eles podem realmente nos ouvir", diz Cross, acrescentando que é muito improvável que as crianças procurem os pais no momento em que alguém lhes pedir uma foto explícita.

"O sexting é algo que as crianças vão descobrir em algum momento. É por isso que é importante conversar sobre esse assunto com os filhos desde cedo, para que eles tenham as informações necessárias quando precisarem tomar uma decisão", diz Yolanda Reid, da Universidade da Califórnia em Los Angeles.

De acordo com Reid, a conversa deve acontecer assim que os filhos começarem a ter o ao celular. Uma boa maneira de introduzir a assunto é perguntar o que eles sabem ou já ouviram falar sobre aquilo.

"É importante saber primeiro o que seu filho sabe do assunto e depois dar informações apropriadas à idade", explica Reid.

Ela aconselha, por exemplo, dizer às crianças que ainda não sabem muito sobre sexo que seus chats de bate-papo nunca devem conter fotos ou vídeos de pessoas sem roupas, se beijando ou tocando seus órgãos genitais.

No caso de adolescentes, ela recomenda incluir o termo sexting na conversa e perguntar especificamente se eles foram expostos a imagens de pessoas nuas ou seminuas.

Cross acrescenta que, para que qualquer conversa sobre esse assunto funcione, ela deve ser realizada de forma recorrente e não apenas uma vez.

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2. Coloque-se no lugar do seu filho

Outro erro frequente que os pais cometem é simplesmente tentar "proibir" o sexting. "Muitas vezes, os pais dizem: 'Se alguém lhe pedir uma foto explícita, é uma pessoa ruim, não fale com ela'", diz Cross.

"A realidade é que os filhos não vão seguir esse conselho porque não estamos nos colocando no lugar deles, e a pessoa que pediu a foto pode ser uma pessoa em quem eles estão interessados. É difícil dizer não se você gosta da pessoa e quer flertar com ela", acrescenta.

Nesse sentido, a psicóloga Karol Espejo recomenda que a conversa comece reconhecendo que enviar mensagens com conteúdo sexual pode ser divertido e que "não há nada de errado em querer se sentir sexy ou desejado".

Até porque compartilhar detalhes íntimos é uma forma de construir relacionamentos mais próximos, "o que faz parte do desenvolvimento na adolescência", diz Espejo.

Para as crianças que frequentam o seu consultório de pediatria, Cross diz que "estar interessado em alguém não significa que você sempre tenha que fazer o que a pessoa pede".

"Em qualquer relacionamento saudável, há limites. Há coisas que você se sente confortável e outras que você não se sente confortável. E você tem que decidir isso antes de entrar em um relacionamento", aconselha.

"Se é uma pessoa com quem vale a pena ter um relacionamento, ela vai respeitar seus limites quando você fala sobre eles", acrescenta Cross.

Segundo a médica, conselhos como esse têm muito mais chances de dar certo com crianças e adolescentes do que um simples "não faça isso", porque eles querem se sentir capazes de ter relacionamentos maduros.

3. Reforce as consequências

Espejo diz que o ideal é que a conversa não se concentre se o sexting é certo ou errado, mas nas "consequências a curto e longo prazo". "A última coisa que você quer ao ter esse tipo de conversa com seus filhos é parecer irritante", diz Espejo.

Uma dica dos especialistas é enfatizar para as crianças e adolescentes que, uma vez que eles enviam uma foto, ela tem "vida própria" e fica para sempre na internet.

"Se você vai enviar uma foto para alguém e ela te deixaria envergonhado se seu avô, professor ou futuro filho a visse, provavelmente não deveria enviar", aconselha Cross.

Segundo o estudo publicado pelo JAMA Pedriatrics, 14,5% das crianças entre 12 e 17 anos já encaminhou mensagens com conteúdo sexual sem consentimento.

O que está por trás desse número é que, muitas vezes, assim como um adolescente confia em outro para enviar uma foto sexual, esse outro adolescente pode confiar em um amigo próximo e pensar que está tudo bem em compartilhar a foto", explica Espejo.

Nem sempre é algo feito com maldade, mas que tem consequências.

Cross diz ser comum que, ao receber uma mensagem com conteúdo sexual, o adolescente queira contar aos colegas sobre isso, porque dá uma espécie de "prestígio".

"Eu sempre digo a eles que, em algum momento, você vai terminar com essa pessoa, ela vai ficar chateada com você ou você vai ficar chateado com ela, e ela vai ter as suas fotos", afirma.

Para Reid, uma boa estratégia para os pais é estar atento às notícias que mostram as consequências reais do sexting tanto para quem envia as fotos e mensagens quanto para quem recebe, para poder conversar com os filhos.

"Pode ser uma boa desculpa para praticar com seu filho como responder quando lhe pedirem para enviar uma mensagem com conteúdo sexual", afirma Reid.

Além disso, em muitos países, o sexting é considerado pornografia infantil e pode ter consequências legais.

"Lembre aos seus filhos que existem leis, e que eles podem sofrer consequências graves se forem pegos fazendo algo ilegal. É algo que já aconteceu com outras pessoas", diz Espejo.

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4. Ensine seu filho a resistir à pressão

Muitos adolescentes contam que só enviaram uma foto após receberem pedidos várias vezes. Por isso, parte da tarefa dos pais, de acordo com especialistas, é ajudar os filhos a resistir à pressão.

"É fundamental ensinar aos seus filhos que, em um relacionamento respeitoso, 'não é não', tanto no mundo físico como no mundo virtual", disse Cross.

Para Reid, a tarefa de evitar os riscos do sexting não está completa se crianças e adolescentes não forem introduzidos à cidadania digital.

Isso significa ensiná-los que não devem pressionar e nem serem pressionados a compartilhar fotos de conteúdo sexual ou encaminhá-las sem consentimento.

Apesar dos esforços dos pais, a decisão sobre o que enviar e o que não enviar pelo celular continua sendo, pelo menos em parte, das crianças e adolescentes. Por isso, mesmo após serem orientados pelos pais, os filhos podem ter uma mensagem ou foto caindo em mãos erradas.

Nesses casos, Espejo destaca que é importante lembrar a criança ou adolescente que, "embora eles possam se sentir angustiados ou envergonhados, eles não têm menos valor por causa disso.

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Os argumentos a favor e contra veto de redes sociais para menores de 16 anos na Austrália 6w6ah /noticia/6060/os-argumentos-a-favor-e-contra-veto-de-redes-sociais-para-menores-de-16-anos-na-australia.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/6060/os-argumentos-a-favor-e-contra-veto-de-redes-sociais-para-menores-de-16-anos-na-australia.html Sat, 30 Nov 2024 13:53:49 -0300 <![CDATA[Críticos da lei, uma das mais rígidas do mundo, dizem que ela viola a privacidade e o direito à conexão social. O Senado australiano aprovou na quinta-feira (28) uma proibição de redes sociais para crianças e adolescentes menores de 16 anosGetty ImagesA Austrália proibirá menores de 16 anos de usar redes sociais, após a aprovação no Parlamento de uma das leis de internet mais rigorosas do mundo.A proibição, que só entrará em vigor em pelo menos 12 meses, prevê multas de até...]]> <![CDATA[Críticos da lei, uma das mais rígidas do mundo, dizem que ela viola a privacidade e o direito à conexão social. O Senado australiano aprovou na quinta-feira (28) uma proibição de redes sociais para crianças e adolescentes menores de 16 anos

Getty Images

A Austrália proibirá menores de 16 anos de usar redes sociais, após a aprovação no Parlamento de uma das leis de internet mais rigorosas do mundo.

A proibição, que só entrará em vigor em pelo menos 12 meses, prevê multas de até US$ 32,5 milhões (R$ 194 milhões) para empresas que não cumprirem a medida.

O primeiro-ministro Anthony Albanese afirmou que a legislação é necessária para proteger os jovens dos "danos" causados pelas redes sociais, uma preocupação que grupos de pais também expressaram

No entanto, críticos apontam que ainda há questões sem resposta sobre como o veto será implementado e quais impactos terá na privacidade e na conexão social.

Este não é o primeiro esforço global para restringir o uso de redes sociais por menores, mas o limite mínimo de 16 anos é o mais alto já estabelecido por qualquer país.

Diferentemente de outras tentativas, a lei australiana não prevê isenções para usuários existentes ou aqueles com autorização dos pais.

A proposta foi aprovada no Senado na noite de quinta-feira (28/11) por 34 votos a 19 e voltou para a Câmara dos Representantes, onde recebeu aprovação final na manhã de sexta-feira (29/11).

"Queremos que nossas crianças tenham uma infância e que os pais saibam que estamos ao lado deles", declarou Albanese a jornalistas após a votação.

'Estamos fazendo a coisa certa': o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, defendeu a aprovação da lei

Getty Images

Proibição 'fácil' de burlar

A legislação não especifica quais plataformas serão proibidas. A decisão será tomada posteriormente pela ministra de Comunicações da Austrália, que receberá orientações do comissário de Segurança Online (eSafety), regulador de internet responsável por aplicar as novas regras.

No entanto, a ministra Michelle Rowland indicou que a proibição incluirá plataformas como Snapchat, TikTok, Facebook, Instagram e X. Plataformas de jogos e de mensagens ficarão isentas, assim como sites que não exigem criação de contas, como o YouTube.

O governo afirmou que usará tecnologias de verificação de idade para implementar as restrições e que realizará testes com diferentes opções nos próximos meses. A responsabilidade de adotar esses processos caberá às próprias plataformas.

Muitas das grandes plataformas de redes sociais terão a responsabilidade de proibir o o a menores de 16 anos.

Getty Images

Pesquisadores alertaram que não há garantias de que a tecnologia – ainda não especificada e que pode depender de biometria ou informações de identidade – funcionará de forma eficaz.

Críticos também pedem garantias de proteção à privacidade. Além disso, destacam que as restrições podem ser facilmente contornadas com ferramentas como VPNs, que mascaram a localização do usuário e fazem parecer que ele está ando as plataformas de outro país.

Crianças e adolescentes que burlarem a lei não enfrentarão punições.

Pesquisas sobre as reformas, embora limitadas, sugerem que a maioria dos pais e responsáveis apoia as mudanças.

"Por muito tempo, os pais enfrentaram uma escolha impossível: ceder e entregar a seus filhos um dispositivo viciante ou vê-los isolados e marginalizados", disse à BBC Amy Friedlander, uma das defensoras da proibição.

"Estamos presos em uma normalidade da qual ninguém quer fazer parte", concluiu.

Argumentos contrários

Muitos especialistas apontam que a proibição é "um instrumento muito brusco" para lidar de forma eficaz com os riscos associados ao uso de redes sociais e alertaram que a medida pode empurrar os menores para os lugares menos regulados da internet.

Durante o curto período de consulta antes da aprovação do projeto de lei, empresas como Google e Snap criticaram a falta de detalhes na legislação.

A Meta afirmou que a lei seria "ineficaz" e não alcançaria o objetivo declarado de proteger melhor as crianças.

Em sua manifestação, o TikTok destacou que a definição do governo sobre o que constitui uma plataforma de rede social é tão "ampla e vaga" que "quase todo serviço online poderia ser incluído".

A plataforma X questionou a legalidade do projeto, argumentando que ele pode não ser compatível com regulamentações internacionais e tratados de direitos humanos assinados pela Austrália.

Alguns ativistas jovens também acusaram o governo de não compreender completamente o papel das redes sociais em suas vidas e de excluí-los do debate.

"Entendemos que somos vulneráveis aos riscos e impactos negativos das redes sociais… mas precisamos estar envolvidos no desenvolvimento das soluções", escreveu o Conselho Juvenil da eSafety, que assessora o órgão regulador.

O primeiro-ministro Albanese reconheceu que o debate é complexo, mas defendeu categoricamente o projeto de lei.

"Não estamos dizendo que sua implementação será perfeita, assim como a proibição do consumo de álcool por menores de 18 anos não impede que alguém nessa faixa etária tenha o. Mas sabemos que estamos fazendo o que é certo", declarou Albanese nesta sexta-feira.

Os jovens ativistas acusaram o governo de não os incluir no debate sobre uma lei que os afeta diretamente.

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Um exemplo a ser seguido?

Em 2023, a França introduziu uma legislação para bloquear o o às redes sociais de crianças menores de 15 anos que não tivessem autorização dos pais, embora estudos tenham indicado que quase metade dos usuários conseguiu burlar a proibição utilizando VPNs.

Uma lei semelhante à da Austrália, implementada no estado de Utah, nos Estados Unidos, foi anulada por um juiz federal que a considerou inconstitucional.

As leis australianas estão sendo observadas com grande interesse por líderes em todo o mundo.

Recentemente, a Noruega declarou que estaria seguindo os os da Austrália, e, no mês ado, o secretário de Tecnologia do Reino Unido afirmou que uma proibição semelhante está "em pauta", embora tenha acrescentado que "não por enquanto".

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Como países regulam o de crianças e adolescentes a redes sociais 3o3pv /noticia/6049/como-paises-regulam-o-de-criancas-e-adolescentes-a-redes-sociais.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/6049/como-paises-regulam-o-de-criancas-e-adolescentes-a-redes-sociais.html Fri, 29 Nov 2024 02:32:32 -0300 <![CDATA[Austrália aprovou na quinta-feira (28) proposta que proíbe o às plataformas por menores de 16 anos. Brasil discute projeto para aumentar segurança de crianças e adolescentes na internet. Facebook, Instagram, TikTok, Twitch, Twitter e YouTubeRafael Miotto/g1A decisão da Austrália de proibir redes sociais para crianças e adolescentes menores de 16 anos é a primeira do mundo a ter esse alcance. O projeto ou pelo Senado e ainda precisa ser revisado na Câmara, mas o governo já...]]> <![CDATA[Austrália aprovou na quinta-feira (28) proposta que proíbe o às plataformas por menores de 16 anos. Brasil discute projeto para aumentar segurança de crianças e adolescentes na internet. Facebook, Instagram, TikTok, Twitch, Twitter e YouTube

Rafael Miotto/g1

A decisão da Austrália de proibir redes sociais para crianças e adolescentes menores de 16 anos é a primeira do mundo a ter esse alcance. O projeto ou pelo Senado e ainda precisa ser revisado na Câmara, mas o governo já sinalizou que ele será aprovado.

Com a mudança, plataformas como Instagram, Facebook, TikTok, X, Snapchat e Reddit deverão criar mecanismos para impedir o o de crianças e adolescentes.

A proibição total de redes sociais abaixo de uma determinada idade, como fez a Austrália, é apenas uma das abordagens que têm sido adotadas pelo mundo. Outros governos têm apostado em meios diferentes para regular esse o.

A maioria exige autorização dos pais para usarem redes sociais. Mas há ainda o modelo do estado de Nova York, nos Estados Unidos, que exigiu mudanças no funcionamento das plataformas para crianças e adolescentes. Veja abaixo alguns exemplos.

Proibição para crianças e adolescentes

? Pelo projeto aprovado na Austrália, as plataformas terão um ano para implementarem uma forma de impedir o o de crianças e adolescentes. Após esse prazo, em caso de descumprimento, elas poderão ser multadas em até 50 milhões de dólares australianos (cerca de R$ 195 milhões).

Nem todas as plataformas estarão sujeitos à nova regra. O YouTube, por exemplo, não precisará da verificação de idade porque parlamentares australianos avaliaram que ele inclui conteúdo educativo. Aplicativos de mensagens e jogos online também ficaram de fora da regulamentação.

Nos Estados Unidos, a Flórida aprovou em março uma lei estadual que proíbe crianças menores de 14 anos de arem as redes sociais – adolescentes de 14 e 15 anos precisam do consentimento dos pais para arem as plataformas.

A regra está sendo contestada na Justiça pela Netchoice, organização que representa as gigantes da tecnologia, sob a alegação de que viola a liberdade de expressão de crianças e adolescentes.

O mesmo argumento foi usado pela Netchoice ao questionar uma lei do estado americano de Utah que também pretendia exigir a verificação de idade em redes sociais. A organização conseguiu bloquear a regra na Justiça em setembro.

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Exigência de autorização dos pais

A União Europeia exige que plataformas tenham autorização dos pais para processarem dados de menores de 16 anos. Esse limite pode ser alterado nos países que integram o bloco, mas não pode ficar abaixo dos 13 anos de idade.

A Alemanha, por exemplo, exige o consentimento para os menores de 16 anos, mas outros países têm regras mais brandas. Na França, a obrigação só vale para menores de 15 anos. Na Itália, para menores de 14 anos. E, na Bélgica e na Noruega, para menores de 13 anos.

O governo norueguês apresentou em outubro uma proposta para ampliar a exigência de autorização dos pais para menores de 15 anos. O país também disse que começou a trabalhar em uma proibição geral de redes sociais para crianças e adolescentes, mas a proposta ainda não foi apresentada.

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Proibição de algoritmos para menores de idade

O estado de Nova York aprovou uma lei que exige consentimento dos pais para menores de 18 anos usarem plataformas com algoritmos de recomendação. Sem autorização, eles só poderiam usar as redes com postagens na ordem cronológica.

A chamada Lei da Suspensão da Exploração de Feeds Viciantes para Crianças (Safe, na sigla em inglês, ou "Seguro") busca evitar algoritmos que prendem usuários com sugestões de conteúdo que mais interessam aos usuários.

A regra, que entrará em vigor em 2025, também proíbe o envio de notificações no celular de crianças e adolescentes entre 0h e 6h, criando uma espécie de hora de dormir para os aparelhos.

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E o Brasil?

O Brasil discute um projeto para proteger crianças e adolescentes na internet. A proposta foi aprovada na Comissão de Direito Digital do Senado e, se não houver recursos para votação no plenário, seguirá diretamente para análise na Câmara e, então, para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O texto determina, entre outros pontos, que redes sociais adotem o dever de cuidado para menores de idade. O conceito prevê a adoção de medidas para evitar danos aos usuários e permite responsabilizar empresas que se omitirem.

A proposta inclui ainda a verificação de idade para impedir o o de menores de idade a conteúdos pornográficos, a restrição do alcance de publicidade a crianças e a exigência de derrubar mesmo sem ordem judicial conteúdos identificados como de exploração e abuso sexual infantil.

O que dizem as plataformas?

As principais redes sociais dizem que já proíbem em suas regras a criação de contas por menores de 13 anos de idade, ainda que existam muitos casos de crianças contornando essa regra.

Após a aprovação da proposta na Austrália, um porta-voz da Meta, dona de Instagram, Facebook e WhatsApp, disse que respeita a lei do país, mas que estava "preocupado" com o processo, que "não considerou as evidências e o que a indústria já faz para garantir experiências adequadas à idade".

"A tarefa agora é garantir que haja uma consulta produtiva sobre todas as regras associadas ao projeto de lei para garantir um resultado tecnicamente viável que não coloque um fardo oneroso sobre pais e adolescentes e um compromisso de que as regras serão aplicadas consistentemente em todos os aplicativos sociais usados por adolescentes", afirmou, segundo a agência Reuters.

A Snap, dona do Snapchat, afirmou que cumprirá as leis na Austrália, mas levantou preocupações sobre a nova regra.

"Embora haja muitas perguntas sem resposta sobre como essa lei será implementada na prática, nos envolveremos de perto com o governo e o Comissário de Segurança Eletrônica durante o período de implementação de 12 meses para ajudar a desenvolver uma abordagem que equilibre privacidade, segurança e praticidade", disse um porta-voz da empresa.

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Julgamento da responsabilidade das redes sociais no STF fica para semana que vem; entenda o que está em jogo 3f1r1j /noticia/6048/julgamento-da-responsabilidade-das-redes-sociais-no-stf-fica-para-semana-que-vem-entenda-o-que-esta.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/6048/julgamento-da-responsabilidade-das-redes-sociais-no-stf-fica-para-semana-que-vem-entenda-o-que-esta.html Fri, 29 Nov 2024 01:01:33 -0300 <![CDATA[Caso será reiniciado na próxima semana com a continuação do voto do ministro Dias Toffoli. No começo do julgamento, ministros da Corte ressaltaram a importância do tema. O Supremo Tribunal Federal (STF) julga a responsabilidade das redes sociais pelos conteúdos publicados pelos usuários. Ou seja, na prática, vai definir em que circunstâncias as big techs podem responder por danos de postagens dos cadastrados em suas plataformas. A discussão envolve um ponto do Marco Civil da Internet ]]> <![CDATA[Caso será reiniciado na próxima semana com a continuação do voto do ministro Dias Toffoli. No começo do julgamento, ministros da Corte ressaltaram a importância do tema. O Supremo Tribunal Federal (STF) julga a responsabilidade das redes sociais pelos conteúdos publicados pelos usuários. Ou seja, na prática, vai definir em que circunstâncias as big techs podem responder por danos de postagens dos cadastrados em suas plataformas.

A discussão envolve um ponto do Marco Civil da Internet — a lei de 2014 que funciona como uma espécie de Constituição para o uso da rede no Brasil, ao estabelecer princípios, garantias, direitos e deveres para usuários e empresas.

??A questão é saber se uma rede social pode ser condenada na Justiça, por exemplo, ao pagamento de indenização por danos morais por não ter agido para remover um conteúdo considerado ofensivo a direitos, com discurso de ódio ou desinformação.

Atualmente, a legislação estabelece que as plataformas digitais só serão responsabilizadas se, depois de uma ordem judicial específica, não tomarem providências para retirar o material do ar.

A Corte iniciou a análise do caso na última quarta-feira (27). Na ocasião, o presidente Luís Roberto Barroso afirmou que a discussão é importante.

Sessão no STF

Gustavo Moreno/STF

Lembrou que o tribunal aguardou "por período bastante razoável" que a lei fosse alterada pelo Congresso, mas que isso não aconteceu. "Chegou a hora de decidirmos essa matéria", disse.

O presidente também disse esperar que os relatores encerrem seus votos na próxima semana e que o caso seja decidido ainda este ano. O ministro Alexandre de Moraes salientou que é um dos temas mais importantes sob análise da Corte.

Redes sociais são responsáveis pelo que usuários publicam? Entenda

STF começa a julgar as responsabilidades das redes sobre conteúdos que publicam

O g1 explica o que o Supremo julga e quais são os próximos os do julgamento.

Você vai ler nesta reportagem:

O que o STF está julgando?

O que diz o Marco Civil da Internet?

O que dizem participantes do processo?

O que os ministros declararam nas primeiras sessões de julgamento?

Em que ponto está o julgamento?

Por que o tribunal analisa o caso?

Quais os efeitos de uma decisão do Supremo?

O que o STF está julgando?

A Corte se debruça sobre dois recursos que tratam da responsabilidade das plataformas digitais diante de atos e conteúdos ilegais realizados por seus usuários.

????Entre eles, a publicação de conteúdo ofensivo ou fora da lei; e a criação de perfis falsos de outras pessoas, usados para expor a vítima e para a prática de outras ações ilícitas.

????Na prática, a questão é saber se uma empresa desta área responde e pode ser sancionada na Justiça porque não tomou providências diante destas irregularidades.

O que diz o Marco Civil da Internet?

Os recursos trazem à mesa de debates um trecho do Marco Civil da Internet, a lei que estabelece as regras gerais de funcionamento da internet no Brasil.

????A discussão envolve o artigo 19, que afirma: "Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, o provedor de aplicações de internet somente poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente, ressalvadas as disposições legais em contrário".

Atualmente, as redes só são obrigadas a remover um conteúdo com uma ordem judicial neste sentido. E são punidas apenas se não cumprirem a decisão.

O que dizem participantes do processo?

Quem questiona a validade do trecho do Marco Civil afirma que a regra representa uma imunidade para as plataformas digitais.

Isso porque, além de não serem obrigadas a agir para combater os danos antes de uma decisão judicial, se elas atenderem à ordem da Justiça, não sofrem sanções.

Para este grupo de instituições, nestas circunstâncias, o dano para quem é atingido pelo conteúdo ofensivo se perpetua, já que é preciso ter recursos para ar a Justiça e aguardar um pronunciamento oficial para resolver a questão — o que pode levar tempo.

Também pontuam os efeitos desta regra para a garantia de direitos coletivos — como o de crianças e adolescentes expostos a conteúdos irregulares nas redes.

Representantes das plataformas digitais sustentam a validade do art. 19. Defendem o modelo atual e argumentaram que as redes sociais se esforçam para retirar conteúdos ilícitos, a partir das regras que já estabelecem para o funcionamento de seus sites e aplicativos, chamadas de autorregulação.

Pontuam, ainda, que há um risco de serem alvos de processos de usuários que tiveram posts removidos.

O que os ministros declararam nas primeiras sessões de julgamento?

Até o momento, só o relator Dias Toffoli apresentou parte de seu voto. Os ministros ainda não divulgaram seus posicionamentos, mas participaram ativamente das discussões nas primeiras sessões, quando os representantes dos especialistas apresentaram suas exposições.

Na primeira sessão, o presidente Luís Roberto Barroso ressaltou a importância do tema. E informou que o tribunal aguardou uma mudança na lei pelo Congresso, que não veio. Defendeu que chegou a hora de a Corte analisar o assunto e disse esperar que a conclusão do julgamento seja ainda este ano.

Os relatores — Dias Toffoli e Luiz Fux — pontuaram a relevância do caso. Para o ministro Alexandre de Moraes, é um dos casos mais importantes a serem julgados pelo Supremo neste ano.

Também ao longo destas sessões, os ministros foram sinalizando as necessidades de aperfeiçoamento do modelo de responsabilidade das redes.

Alexandre de Moraes, por exemplo, falou da dificuldade de retirar do ar perfis fakes que usam seu nome.

Em outra sessão, o papel das redes sociais diante de conteúdos golpistas no 8 de janeiro também foi tema de debate. Os ministros lembraram que transmissões ao vivo dos atos antidemocráticos só foram retirados do ar com a intervenção judicial.

Moraes diz que 8 de janeiro demonstrou 'total falência do sistema de autorregulação das redes sociais'

Em que ponto está o julgamento?

Na última quinta-feira (28), o ministro Dias Toffoli começou a apresentar seu voto. Relator de um dos processos, ele deverá concluir seu pronunciamento na próxima quarta-feira (4).

Na sequência, o relator do outro caso, o ministro Luiz Fux, vai apresentar seu voto no processo do colega. Em seguida, se posiciona quanto ao recurso que está sob sua responsabilidade.

Por que o tribunal analisa o caso?

Porque, pela Constituição, o Supremo Tribunal Federal tem a tarefa de se debruçar sobre temas que envolvem direitos e princípios constitucionais. Neste caso, estão em jogo direitos como liberdade de expressão, livre iniciativa, defesa do consumidor, intimidade e imagem.

Os processos chegaram na Corte em formato de recursos. Ou seja, começaram com situações concretas na primeira instância da Justiça: o caso de uma mulher que foi vítima de um perfil falso criado com seus dados; e o de outra mulher que foi ofendida por uma página falsa, criada para difamar e expô-la.

Quando chegaram ao Supremo, os ministros observaram que a questão vai além apenas destes dois casos. E que é preciso discutir um entendimento a ser aplicado para decidir casos semelhantes.

Quais os efeitos de uma decisão do Supremo?

Como o tribunal entendeu que a questão é ampla, decidiram aplicar o sistema de repercussão geral. Assim, uma decisão tomada por eles será aplicada em processos que tramitam em instâncias inferiores e discutem a mesma questão.

Ou seja, os ministros vão elaborar uma tese, uma espécie do resumo de seus entendimentos que serão usadas como guia pela Justiça brasileira. ]]>
Senador lê relatório de projeto para regular IA com garantia de direitos autorais e trava contra indução de comportamento 5t4j6z /noticia/6040/senador-le-relatorio-de-projeto-para-regular-ia-com-garantia-de-direitos-autorais-e-trava-contra-ind.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/6040/senador-le-relatorio-de-projeto-para-regular-ia-com-garantia-de-direitos-autorais-e-trava-contra-ind.html Thu, 28 Nov 2024 14:22:12 -0300 <![CDATA[ Texto tramita na Comissão Temporária de Inteligência Artificial do Senado. Segundo o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), o projeto deve ser votado na próxima terça-feira. O senador Eduardo Gomes (PL-TO) leu, nesta quarta-feira (28) a quarta versão de seu relatório sobre o projeto que vai regulamentar o uso de inteligência artificial no Brasil. O texto tramita na Comissão Temporária de Inteligência Artificial do Senado. Segundo o presidente da comissão,...]]> <![CDATA[ Texto tramita na Comissão Temporária de Inteligência Artificial do Senado. Segundo o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), o projeto deve ser votado na próxima terça-feira. O senador Eduardo Gomes (PL-TO) leu, nesta quarta-feira (28) a quarta versão de seu relatório sobre o projeto que vai regulamentar o uso de inteligência artificial no Brasil.

O texto tramita na Comissão Temporária de Inteligência Artificial do Senado. Segundo o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), o projeto deve ser votado na próxima terça-feira (3).

A proposta serve para definir os limites e as permissões para o uso da tecnologia, que vai desde uma busca no Google ou a redação de um artigo no ChatGPT até a captura de fugitivos da Justiça.

Caso aprovado na comissão, o texto ainda terá de ar pelos plenários do Senado e da Câmara, e ser sancionado pelo presidente Lula, para virar lei.

Proibições

O relatório estabelece condutas proibidas para as plataformas responsáveis por IA. Entre elas, estão:

???? técnicas subliminares para induzir o comportamento do usuário ou de grupos de maneira que cause danos à saúde, segurança ou outros direitos fundamentais próprios ou de terceiros;

???? exploração de vulnerabilidades dos usuários;

???? avaliação, por parte do governo, de cidadão, por meio de seu comportamento social e personalidade, na hora de oferecer serviços e políticas públicas;

???? sistema que produza ou dissemine material de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes;

???? tecnologia que considere ficha criminal e traços de personalidade para supor e prever risco de cometimento de crime ou reincidência;

???? utilização da IA como armas autônomas, que selecionam alvos e atacam sem a intervenção humana.

O uso de identificação biométrica à distância, em tempo real, em espaços públicos será permitido apenas para captura de fugitivos, cumprimento de mandados de prisão e flagrante de crimes com pena de mais de dois anos de prisão. O uso para colher provas em inquéritos policiais também será permitido apenas com autorização judicial e quando não houver outros meios.

Direitos autorais

O texto assegura os direitos autorais de empresas jornalísticas, escritores e artistas. Pelo projeto, as big techs, como Google e Microsoft, precisariam de autorização do autor para usar conteúdos protegidos na hora de gerar respostas.

De acordo com a proposta, as empresas que desenvolvem e aplicam IA teriam de pagar uma remuneração aos autores para poder ter as produções disponíveis em seus bancos de dados.

O texto estabelece que o cálculo da remuneração "considere os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade e elementos relevantes, tais como a complexidade do sistema de IA desenvolvido, o porte do agente de IA, o ciclo de realização econômica dos sistemas de IA, o grau de utilização dos conteúdos, o valor relativo da obra ao longo do tempo e os efeitos concorrenciais dos resultados em relação aos conteúdos originais utilizados".

Sanções

O relator manteve uma das propostas vindas de Pacheco, que possibilita a aplicação de multa de até R$ 50 milhões ou 2% do faturamento, em caso de pessoa jurídica, para cada violação cometida pelas empresas de tecnologia.

Outras sanções previstas são:

?? suspensão parcial ou total, temporária ou definitiva, do desenvolvimento, fornecimento ou operação do sistema de IA

?? proibição de tratamento de determinadas bases de dados

?? proibição ou restrição para participar de regime de sandbox regulatório por até cinco anos

Procedimentos de alto risco

O texto determina atividades de inteligência artificial consideradas de alto risco. Apesar de vedar o sistema de prever crimes com base nos traços físicos e de personalidade, o texto libera o uso de IA, por autoridades, para avaliar a credibilidade de provas da investigação e de repressão de infrações. Segundo o texto, o objetivo seria "prever a ocorrência ou a recorrência de uma infração real ou potencial com base na definição de perfis de pessoas singulares".

Também fica autorizado, desde que classificado como de alto risco, o reconhecimento de emoções. Neste caso, fica excluído sistema de autentificação biométrica para confirmar uma pessoa específica, singular.

Entre os procedimentos de alto risco estão:

?? gestão da imigração e controle de fronteiras para avaliar o ingresso de pessoa ou grupo de pessoas em território nacional;

?? aplicações na área da saúde para auxiliar diagnósticos e procedimentos médicos, quando houver risco relevante à integridade física e mental das pessoas;

?? controles de trânsito, redes de abastecimento de água e eletricidade;

?? informações para o de estudantes a cursos técnicos e universidade;

?? critérios de o à concessão de benefícios, como revisão de cadastros no Bolsa Família ou até apuração de fraudes em atestados do INSS;

?? recrutamento, triagem, filtragem, avaliação de candidatos, tomada de decisões sobre promoções ou cessações de relações contratuais de trabalho.

Sistema de regulação

O projeto cria um órgão para fiscalizar o uso de IA no Brasil, o Sistema Nacional de Regulação e Governança de Inteligência Artificial (SIA). Segundo o texto, o sistema será coordenado pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

Caberá ao SIA regulamentar as inteligências artificiais de alto risco que, por exemplo, impactem negativamente no exercício de direitos e liberdades dos usuários.

O texto prevê ainda a possibilidade de empresas de IA se associarem para criar uma espécie de agência privada para a autorregulação do sistema. De acordo com o texto, a autorregulação poderá estabelecer critérios técnicos dos sistemas para questões como:

?? compartilhamento de experiências sobre o uso de inteligência artificial;

?? definição contextual de estruturas de governança;

?? atuação da autoridade competente e demais agências e autoridades do SIA para emprego de medida cautelar; e

?? canal de recebimento de informações relevantes sobre riscos do uso de inteligência artificial por seus associados ou qualquer interessado ]]>
<![CDATA[Foto l6z62 G1 - Globo]]>
TikTok bloqueia uso de filtros de beleza para menores de 18 anos 191w43 /noticia/6039/tiktok-bloqueia-uso-de-filtros-de-beleza-para-menores-de-18-anos.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/6039/tiktok-bloqueia-uso-de-filtros-de-beleza-para-menores-de-18-anos.html Thu, 28 Nov 2024 12:52:07 -0300 <![CDATA[Segundo o The Verge, restrição será implementada gradualmente no mundo inteiro para tentar diminuir o impacto na saúde mental de crianças e adolescentes. Todos os usuários do TikTok devem ter, no mínimo, 13 anos.AFPO TikTok vai restringir o o a filtros de beleza para menores de idade em uma tentativa de diminuir o impacto na saúde mental de crianças e adolescentes. As restrições não são válidas para todos os filtros, apenas aqueles que alteram a aparência do usuário. E de...]]> <![CDATA[Segundo o The Verge, restrição será implementada gradualmente no mundo inteiro para tentar diminuir o impacto na saúde mental de crianças e adolescentes. Todos os usuários do TikTok devem ter, no mínimo, 13 anos.

AFP

O TikTok vai restringir o o a filtros de beleza para menores de idade em uma tentativa de diminuir o impacto na saúde mental de crianças e adolescentes.

As restrições não são válidas para todos os filtros, apenas aqueles que alteram a aparência do usuário. E de acordo com o The Verge, as mudanças serão implementadas globalmente.

A restrição do aplicativo vem depois de uma pesquisa feita em vários mercados nacionais para examinar o papel das redes sociais na formação da identidade e do relacionamento dos adolescentes.

O relatório foi feito pela organização sem fins lucrativos de segurança online para crianças, a Internet Matters, e constatou que "os filtros de embelezamento contribuíram para uma visão de mundo distorcida na qual as imagens perfeitas são normalizadas."

"Foi feita uma distinção clara entre efeitos criados para serem óbvios e engraçados (por exemplo, efeitos de orelhas de animais) e efeitos criados para alterar sua aparência. Especificamente, os adolescentes e os pais levantaram preocupações sobre os efeitos de "aparência", incluindo o fato de que as pessoas que estão vendo o conteúdo podem não perceber que ele foi alterado."

Além da mudança nos filtros de beleza, o TikTok também promete levar mais a sério o banimento de pessoas com menos de 13 anos (idade mínima permitida para usar a plataforma).

A empresa afirma que os usuários que tiverem suas contas excluídas poderão recorrer "se acharem que cometemos um erro", e que remove todos os anos, no mundo inteiro, cerca de 6 milhões de contas que não atendem os requisitos mínimos.

Procurada pelo g1, a assessoria do TikTok ainda não deu um posicionamento oficial.

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Senado da Austrália aprova proibição de redes sociais para menores de 16 anos 5w517 /noticia/6035/senado-da-australia-aprova-proibicao-de-redes-sociais-para-menores-de-16-anos.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/6035/senado-da-australia-aprova-proibicao-de-redes-sociais-para-menores-de-16-anos.html Thu, 28 Nov 2024 09:48:57 -0300 <![CDATA[Câmara ainda deve aprovar alterações feitas no Senado, mas o texto deve ser sancionado. Decisão australiana será a primeira do mundo a proibir o o de crianças e adolescentes a redes sociais. Criança brinca com celular em Ribeirão Preto, SP telas ansiedadeReprodução/EPTVO Senado australiano aprovou na quinta-feira (28) uma proibição de redes sociais para crianças e adolescentes menores de 16 anos. Essa deve se tornar que em breve a primeira lei do mundo neste sentido.Com a...]]> <![CDATA[Câmara ainda deve aprovar alterações feitas no Senado, mas o texto deve ser sancionado. Decisão australiana será a primeira do mundo a proibir o o de crianças e adolescentes a redes sociais. Criança brinca com celular em Ribeirão Preto, SP telas ansiedade

Reprodução/EPTV

O Senado australiano aprovou na quinta-feira (28) uma proibição de redes sociais para crianças e adolescentes menores de 16 anos. Essa deve se tornar que em breve a primeira lei do mundo neste sentido.

Com a proibição, plataformas como TikTok, Facebook, Snapchat, Reddit, X e Instagram se tornarão responsáveis ??por multas de até 50 milhões de dólares australianos (US$ 33 milhões) por falhas sistêmicas em impedir que crianças menores de 16 anos tenham contas.

O Senado aprovou o projeto de lei por 34 votos a 19. A Câmara dos Representantes aprovou a legislação por esmagadora maioria, na quarta-feira, por 102 votos a 13.

A Câmara ainda precisa aceitar as emendas da oposição feitas no Senado. Mas isso é uma formalidade, já que o governo já concordou que elas serão aprovadas.

As plataformas terão um ano para descobrir como implementar a proibição antes que as penalidades sejam aplicadas. ]]>
Todos os adolescentes são viciados em redes sociais? 656r5q /noticia/6031/todos-os-adolescentes-sao-viciados-em-redes-sociais.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/6031/todos-os-adolescentes-sao-viciados-em-redes-sociais.html Thu, 28 Nov 2024 05:18:34 -0300 <![CDATA[O uso da internet e do telefone é massivo e normativo entre os mais jovens. Apesar disso, os autores preferem falar em uso problemático, em vez de dependência. Adolescente na cama mexendo no celular.FreepikA penetração da tecnologia em nossas vidas é inegável e, talvez, isso seja especialmente perceptível nos adolescentes. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (2022) (de Portugal), 94,9% dos menores entre os 10 e os 15 anos utilizaram a Internet nos últimos 3 meses e 69,5% deles ]]> <![CDATA[O uso da internet e do telefone é massivo e normativo entre os mais jovens. Apesar disso, os autores preferem falar em uso problemático, em vez de dependência. Adolescente na cama mexendo no celular.

Freepik

A penetração da tecnologia em nossas vidas é inegável e, talvez, isso seja especialmente perceptível nos adolescentes. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (2022) (de Portugal), 94,9% dos menores entre os 10 e os 15 anos utilizaram a Internet nos últimos 3 meses e 69,5% deles têm um telefone celular. Além disso, de acordo com um relatório recente da UNICEF (2021), 98,5% dos adolescentes espanhóis estão registados numa rede social e, 83,5%, estão em mais de três.

Uma das atividades mais realizadas pelos adolescentes (mesmo antes da idade legalmente permitida, o que é particularmente preocupante) é a utilização das redes sociais.

Estes dados apenas corroboram o que vemos todos os dias: o uso da internet e do telefone é massivo e normativo entre os mais jovens.

Uso problemático e dependência são a mesma coisa?

A abordagem mais utilizada para tratar de comportamentos relacionados ao uso ou abuso de redes sociais (e outras tecnologias) por adolescentes tem sido a do vício. No entanto, esta abordagem tem limitações conceituais e, muitas vezes, envolve uma patologização desnecessária da vida cotidiana.

Em contraste com o uso do termo dependência, nós (como outros autores) preferimos falar sobre uso problemático.

A dependência se baseia, mais usualmente, em critérios relacionados a substâncias, como tolerância ou abstinência. Já o modelo de uso problemático concebe que um conjunto de comportamentos e processos cognitivos pode tornar-se disfuncional e levar a consequências negativas.

Desta forma, dimensões como a elevada preferência pela interação online e regulação emocional definidas pelas redes sociais podem estar ligadas a um controle deficiente (caracterizado por uma preocupação constante em estar conectado e pelo uso compulsivo das redes sociais).

As consequências negativas para o usuário são: problemas interpessoais (perda de relacionamento com outras pessoas significativas ou afastamento de outras atividades prazerosas ou da escola) e problemas intrapessoais (por exemplo, a sensação de ter perdido o comando sobre a própria vida). Estas consequências negativas são a chave para falar sobre o uso problemático.

É a norma ou a exceção?

O relatório da UNICEF, mencionado anteriormente, estimou em 33% a percentagem de adolescentes que usam a Internet de forma problemática. Outro estudo recente esclarece esse percentual e apresenta dados mais animadores, estimando em 13,2% o número de adolescentes que correm risco de apresentar uso problemático e, em 2,9% os que fazem uso claramente problemático de redes sociais.

Estamos, portanto, falando de uma faixa entre 2,9% e 33% e, possivelmente, a realidade esteja, como quase sempre, em algum lugar no meio.

As diferenças entre os dois estudos centram-se no instrumento de avaliação utilizado e em como o uso problemático é conceituado. De qualquer forma, e para a pergunta do título deste artigo, não há outra resposta a não ser uma negação categórica por parte dos autores.

Como podemos ajudá-los?

Embora o número de pessoas afetadas seja discutível, o que sabemos é que há muitos meninos e meninas potencialmente incluídos. Isso deve levar-nos a educá-los e treiná-los para o uso correto das redes sociis. Para tal, gostaríamos de oferecer algumas sugestões às famílias e aos adolescentes.

Para as famílias, a mensagem é que se envolvam: naveguem com eles, eduquem-os sobre o uso correto, maximizando os benefícios e reduzindo os riscos. Isso pode ser feito com as seguintes estratégias:

A mídia social e a tecnologia não são inerentemente ruins. Pelo contrário, estão repletas de oportunidades e possibilidades. Embora entendamos que esse seja um assunto temido, restringi-lo não é, de forma alguma, uma garantia de sucesso.

Antes que entrem no mundo da tecnologia, é essencial fornecer a eles habilidades específicas para maximizar as chances de uso equilibrado, seguro e útil das mídias sociais. Isso inclui competências para questionar a exatidão do conteúdo, reconhecer sinais de uso problemático, construir relacionamentos saudáveis por meio da mídia social (e pessoalmente), resolver conflitos em plataformas sociais, fornecer pensamento crítico ou evitar comparações prejudiciais.

O uso das mídias sociais deve ser baseado no nível de maturidade de cada adolescente. Recomenda-se a supervisão de adultos e a adaptação dos recursos e permissões da plataforma de acordo com a idade e o grau de amadurecimento.

Os contratos dos pais para o uso da tecnologia podem ser um poderoso aliado nos primeiros os. O cumprimento de metas e acordos estabelece uma base de confiança e aumenta as possibilidades de utilização eficiente. Da mesma forma, as transgressões, seja em termos de conteúdo ou de tempo conectado, devem ser acompanhadas de consequências acordadas e conhecidas. É importante que o processo de uso seja consensual e relacionado às competências demonstradas.

Dicas para crianças e adolescentes

Como usuário, você deve estar ciente do uso (às vezes abusivo) que faz das redes sociais. Seu objetivo deve ser agregar valor e facilitar a comunicação e os relacionamentos. Se a preocupação por eles for maior do que aquilo que eles oferecem, não estaremos fazendo bom uso.

O fato de podermos á-los continuamente não é razão para fazê-lo. Saber o tempo real de uso (existem aplicativos para isso) pode ajudar a reduzi-lo de forma consciente e gradual.

Não é necessário ativar notificações para tudo e nem estar constantemente conectado. As redes sociais são apenas mais uma ferrmenta, mas somos nós que decidimos quando as queremos utilizar. É aconselhável desligar as notificações e escolher determinados horários do dia para nos atualizar, verificar e responder a mensagens e publicações.

*Texto escrito por Juan Manuel Machimbarrena, Alexander Muela Aparicio, Joaquín Manuel González Cabrera e Miriam N. Varona para a The Conversation Espanha.

** Este texto foi publicado originalmente no site The Conversation Brasil ]]>
Celulares 6u2c68 veja os 18 aparelhos que o g1 testou em 2024 /noticia/6030/celulares-veja-os-18-aparelhos-que-o-g1-testou-em-2024.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/6030/celulares-veja-os-18-aparelhos-que-o-g1-testou-em-2024.html Thu, 28 Nov 2024 02:15:37 -0300 <![CDATA[De iPhones e dobráveis caros a Androids no precinho, o Guia de Compras avaliou smartphones com preços que iam de R$ 780 a quase R$ 14.000 nas lojas da internet – os valores foram consultados na semana da Black Friday. Pessoa usando celularPongsawat Pasom/UnsplashCelulares, airfryers e TVs são alguns dos itens que o brasileiro mais gosta de procurar por ofertas na época da Black Friday (veja a variação de preços de 60 produtos).???? O Guia de Compras testou 18 aparelhos de diversas...]]> <![CDATA[De iPhones e dobráveis caros a Androids no precinho, o Guia de Compras avaliou smartphones com preços que iam de R$ 780 a quase R$ 14.000 nas lojas da internet – os valores foram consultados na semana da Black Friday. Pessoa usando celular

Pongsawat Pasom/Unsplash

Celulares, airfryers e TVs são alguns dos itens que o brasileiro mais gosta de procurar por ofertas na época da Black Friday (veja a variação de preços de 60 produtos).

???? O Guia de Compras testou 18 aparelhos de diversas categorias em 2024 para ajudar na escolha.

???? Durante o ano, foram comparados:

3 telefones básicos com preços abaixo de R$ 1.500.

5 modelos intermediários com preços entre R$ 2.000 e R$ 3.200.

3 smartphones dobráveis com valores entre R$ 5.900 e R$ 13.000.

7 celulares topo de linha vendidos entre R$ 5.000 e R$ 11.000.

Os valores foram pesquisados nas lojas on-line na semana de 25 de novembro.

???? Veja a lista a seguir com os links para os testes de cada smartphone.

Básicos

Quem não quer um celular com preço bom? O comparativo feito com o Infinix Smart 8 Pro, Motorola Moto G34 5G e Samsung Galaxy A15 5G mostrou que os aparelhos, apesar de econômicos, têm bom desempenho e tiram boas fotos.

No final de novembro, os preços dos celulares testados na categoria variavam de R$ 780 a R$ 1.200 nas lojas da internet consultadas.

Infinix Smart 8 Pro

Moto G34 5G

Samsung Galaxy A15 5G

Intermediários

Os celulares da categoria dos intermediários são aqueles um pouquinho mais caros, mas com um melhor desempenho e câmeras mais avançadas.

Os testes foram feitos com o Infinix Note 40, Oppo A79, Poco X6, Redmi Note 13 5G e Samsung Galaxy A55.

Em novembro, nas lojas on-line consultadas, os valores dos telefones começavam em R$ 2.000 e chegavam a R$ 3.200.

Infinix Note 40

Oppo A79

Poco X6

Redmi Note 13 5G

Samsung Galaxy A55

Dobráveis

Para que serve um celular dobrável?

Celulares dobráveis são um dos principais objetos de desejo tecnológicos.

Não só porque suas telas se dobram ao meio, mas porque em 2024 eles aram a ter recursos dos aparelhos topo de linha, como baterias de maior duração e câmeras bem mais avançadas que as das gerações anteriores.

O Moto Razr 50 Ultra, da Motorola, foi comparado primeiro ao Samsung Galaxy Z Fold6 para verificar os recursos de inteligência artificial, e depois ao Galaxy Z Flip6, que tem um formato mais parecido.

Em novembro, os preços dos celulares avaliados começavam em R$ 5.900 e iam até R$ 13.800 nas principais lojas on-line.

Moto Razr 50 Ultra

Samsung Galaxy Z Flip6

Samsung Galaxy Z Fold6

Topo de linha

O que muda do iPhone 15 para o iPhone 16?

Os celulares topo de linha são aqueles com os recursos mais avançados e que tem câmeras com zoom.

Também são os mais caros, com preços em novembro que iam de R$ 5.000 a R$ 11.000 nas lojas on-line pesquisadas.

Para quem gosta de Apple, os comparativos foram entre o iPhone 15 e o iPhone 16.

O iPhone 15 foi ainda comparado ao Galaxy S24, assim como o iPhone 16 também foi colocado lado a lado com o modelo principal da Samsung.

Duelo de celulares: Galaxy S24 x iPhone 15

No lado com sistema Android, foram comparados o Samsung Galaxy S24 Ultra com o Galaxy S24 Ultra e o Moto Edge 50 Ultra com o Galaxy S24+.

Apple iPhone 15

Apple iPhone 16

Moto Edge 50 Ultra

Samsung Galaxy S23 Ultra

Samsung Galaxy S24 Ultra

Samsung Galaxy S24+

Samsung Galaxy S24

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iFood anuncia mudança no código de entrega; entenda como irá funcionar 4c5x6p /noticia/6027/ifood-anuncia-mudanca-no-codigo-de-entrega-entenda-como-ira-funcionar.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/6027/ifood-anuncia-mudanca-no-codigo-de-entrega-entenda-como-ira-funcionar.html Wed, 27 Nov 2024 20:06:58 -0300 <![CDATA[Atualização permite criar códigos personalizados e, segundo a empresa, foi feita para dar mais controle e segurança para usuários. Código de entrega agora pode ser personalizado de acordo com as preferências do usuário.Divulgação - iFoodO iFood começou a liberar nesta quarta-feira (27) um novo sistema de código para as suas entregas, deixando para trás o padrão dos últimos 4 dígitos do celular.Em vez disso, o aplicativo de entregas vai permitir que o usuário crie o seu próprio ]]> <![CDATA[Atualização permite criar códigos personalizados e, segundo a empresa, foi feita para dar mais controle e segurança para usuários. Código de entrega agora pode ser personalizado de acordo com as preferências do usuário.

Divulgação - iFood

O iFood começou a liberar nesta quarta-feira (27) um novo sistema de código para as suas entregas, deixando para trás o padrão dos últimos 4 dígitos do celular.

Em vez disso, o aplicativo de entregas vai permitir que o usuário crie o seu próprio código de confirmação.

O padrão continua sendo o mesmo: o código precisa ser numérico e ter quatro dígitos. Os algarismos não podem ser sequenciais ou repetidos, e também não podem ser os mesmos do número do celular.

De acordo com o iFood, a mudança foi feita para "proporcionar maior controle e segurança" e é opcional. Ou seja, quem preferir, pode seguir com o método tradicional dos últimos dígitos do telefone.

Procurada pelo g1, a empresa disse que a atualização deve chegar gradualmente a todos os usuários. "A expectativa é que toda a base de 55 milhões de clientes do iFood tenha o à função até 02/12 promovendo assim uma implementação eficiente e segura para todos".

Para verificar se o recurso já está disponível para você, atualize o aplicativo do iFood e siga o o a o abaixo.

Como criar o seu código de entrega do iFood

Dentro do app, vá até a seção de "Perfil";

Selecione "Meu código de entrega" na lista de opções disponíveis;

Clique em "Alterar meu código" e defina o seu código personalizável.

Se quiser, você poderá mudar o código novamente a qualquer momento. A troca só não poderá ser realizada se houver um pedido em andamento ou agendado para entrega.

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Gustavo Moreno/SCO/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar, nesta quarta-feira (27), a responsabilidade de plataformas digitais sobre danos provocados por conteúdos irregulares criados por terceiros.

Na prática, vão se debruçar sobre dois recursos que discutem a possibilidade de que redes sociais sejam responsabilizadas por danos criados pelos conteúdos de usuários publicados nestas plataformas, mesmo sem terem recebido antes uma ordem judicial para a retirada das postagens irregulares.

Ou seja, a questão é saber se esses aplicativos podem ser condenados ao pagamento de indenização por danos morais por não terem retirado do ar postagens ofensivas, com discursos de ódio, fake news ou prejudiciais a terceiros, mesmo sem uma ordem prévia da Justiça neste sentido.

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Marco Civil da Internet

Os casos envolvem a aplicação de um trecho do Marco Civil da Internet. A lei, que entrou em vigor em 2014 funciona como uma espécie de Constituição para o uso da rede no Brasil — estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para usuários e empresas.

Em um de seus artigos, ela estabelece que as plataformas digitais só serão responsabilizadas por danos causados por conteúdos ofensivos se, depois de uma ordem judicial específica, não tomarem providências para retirar o material do ar.

???? A questão envolve como as plataformas devem agir diante de conteúdos criados por usuários que ofendem direitos, incitam o ódio ou disseminam desinformação.

A Corte deverá elaborar uma tese, a ser aplicada em processos sobre o mesmo tema nas instâncias inferiores da Justiça.

Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há pelo menos 345 casos com o mesmo conteúdo aguardando um desfecho no Supremo.

Julgamento

O julgamento inicia com a apresentação de relatórios pelos dois relatores — os ministros Dias Toffoli e Luiz Fux.

Na sequência, participantes do processo apresentam seus argumentos. Em seguida, os votos dos relatores e demais ministros serão divulgados. ]]>
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Aprovada por 9 votos a 0, a proposta deverá seguir diretamente para análise da Câmara dos Deputados, caso não haja recurso para votação no plenário principal do Senado.

O texto determina, entre outros pontos, que plataformas digitais adotem o chamado dever de cuidado para assegurar a proteção de menores de idade. Este princípio prevê que sejam adotadas medidas para evitar danos aos usuários e possibilita a responsabilização de empresas que se omitem.

O projeto também estabelece que serviços de tecnologia deverão derrubar — independentemente de ordem judicial — conteúdos identificados como de exploração e abuso sexual infantil.

Outras medidas previstas no texto obrigam o uso de verificação de idade para barrar o o de menores a conteúdos pornográficos; proíbem a venda das chamadas "caixas de recompensa" em jogos eletrônicos; e restringem o alcance da publicidade a crianças.

O regramento proposto pelo projeto seria aplicado a todo produto ou serviço de tecnologia "direcionado ou de provável o" por crianças e adolescentes disponíveis no Brasil — independentemente da sua origem.

O descumprimento das regras previstas no projeto poderão levar a penalidades, que começam em multas e podem culminar na proibição de funcionamento do serviço no país.

Dever de cuidado

Relatada pelo senador Flávio Arns (PSB-PR) e de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), a proposta estabelece que as empresas responsáveis pelas plataformas digitais terão de adotar o dever de cuidado para proteger crianças e adolescentes nesses ambientes.

O dever de cuidado é um princípio jurídico que exige a adoção de medidas para evitar danos a terceiros e que possibilita eventuais responsabilizações por omissões dos responsáveis.

Segundo a proposta, as empresas de tecnologia com produtos voltados ou ados por menores terão de adotar mecanismos para prevenir ou mitigar a exposição de conteúdos:

de exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes;

de violência física, bullying virtual e assédio a crianças e adolescentes;

que incentivem transtornos de saúde mental e automutilação;

que promovem jogos de azar, produtos de tabaco, bebidas alcoólicas e drogas; e

publicitários enganosos para menores.

Também caberá às empresas realizar avaliações e gerenciamentos de risco para adequar os serviços aos menores, e ferramentas para impedir que crianças e adolescentes em conteúdos desaconselhados para a sua idade. ]]>
<![CDATA[Foto l6z62 G1 - Globo]]>
Black Friday jz57 como os robôs am a perna em você na disputa por pechinchas /noticia/6018/black-friday-como-os-robos-am-a-perna-em-voce-na-disputa-por-pechinchas.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/6018/black-friday-como-os-robos-am-a-perna-em-voce-na-disputa-por-pechinchas.html Wed, 27 Nov 2024 03:23:16 -0300 <![CDATA[Bots abocanham o estoque de tudo, de brinquedos fofinhos a coleções de filmes, e encarecem produtos para clientes reais. Programas de computador varrem os sites de comércio em busca de ofertas e preços baixos.Getty Images via BBCA Black Friday e a onda de compras de Natal chegaram. Mas qualquer pechincha envolvendo um novo console ou aquela placa de vídeo disputada provavelmente será abocanhada por um exército de robôs trabalhando para aqueles que procuram ter lucro dos preços baixos...]]> <![CDATA[Bots abocanham o estoque de tudo, de brinquedos fofinhos a coleções de filmes, e encarecem produtos para clientes reais. Programas de computador varrem os sites de comércio em busca de ofertas e preços baixos.

Getty Images via BBC

A Black Friday e a onda de compras de Natal chegaram. Mas qualquer pechincha envolvendo um novo console ou aquela placa de vídeo disputada provavelmente será abocanhada por um exército de robôs trabalhando para aqueles que procuram ter lucro dos preços baixos nesse período.

Esses robôs (bots) são programas em funcionamento constante que afetam o comércio online há anos. Mas, desde a pandemia de covid-19, o comércio eletrônico aumentou consideravelmente. E a dificuldade também.

E qual é o problema desses robôs?

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Bem, os robôs de varejo vasculham todas as páginas desses sites de comércio por todo o mundo de olho no momento exato em que um item é colocado à venda.

E daí eles alertam seus es para que possam vencer a multidão de consumidores comuns em busca de preços baixos. Alguns desses robôs até compram automaticamente o produto, mais rapidamente do que qualquer ser humano é capaz.

É por isso que alguns produtos ficam fora de estoque em lojas comuns, mas estão disponíveis por milhares de dólares a mais do que o preço inicial em sites como o eBay.

Isso é apenas "a ponta do iceberg", diz Thomas Platt, da empresa de gerenciamento de robôs Netacea. Robôs abocanham o estoque de tudo, de brinquedos fofinhos a coleções de filmes.

Se houver um "nicho de mercado" ou um lançamento de alto padrão, "essas indústrias estarão sendo visadas", explica Platt.

Em 2020, o lançamento da placa de vídeo de jogos para PC da Nvidia, a 3080, ilustrou "provavelmente o caso mais extremo do que os robôs podem fazer", disse um dos moderadores do fórum do Reddit r/BuildaPCSalesUK, um grupo de caçadores de pechinchas que se ajudam a encontrar peças de computadores.

"Menos de um segundo após o lançamento, todas as peças acabaram."

"Os usuários em sites de varejo não viram um botão 'comprar agora', mas sim um botão 'esgotado', já que todo o estoque tinha sido imediatamente levado por robôs, com uma ou outra pessoa sortuda lá no meio (da lista de compradores)."

Rob Burke, ex-diretor de comércio eletrônico internacional da grande varejista internacional GameStop, diz que os robôs sempre foram um problema.

"Às vezes, mais de 60% do tráfego no nosso site, representando centenas de milhões de visitas por dia, era de robôs ou raspadores (os scrapers, que monitoram preços). Especialmente às vésperas de grandes lançamentos."

Essa situação cria um certo dilema ético para as lojas.

"Por um lado, você só quer vender o produto. Então, quem se importa se foi um robô ou um cliente 'real'? Por outro, se nenhum, ou muito poucos, de seus clientes reais puderem adquirir um produto com você, eles naturalmente vão buscar outro lugar para comprar."

Como esses robôs funcionam?

Os chamados robôs "sniping" (em referência aos snipers ou atiradores de elite) emitem alertas para os usuários quando um item volta ao estoque, permitindo que o responsável pelo robô o compre antes de qualquer outra pessoa.

Mas os robôs mais avançados são soluções completas que identificam a pechincha e fazem a compra automaticamente. Eles geralmente vêm de um lugar incomum: o mercado de tênis de edição limitada.

Esses calçados têm sido um foco de lançamentos limitados e de alta demanda nos últimos anos, com as pessoas fazendo fila do lado de fora das lojas para comprá-los, ou tentando obtê-los online.

Isso levou ao desenvolvimento de robôs avançados, e são esses que agora estão sendo usados ??para outros fins.

Os chamados "grupos de cozinheiros" vivem em canais de bate-papo privados em aplicativos como o Discord trocando dicas sobre quem vai estocar o quê, boatos de horários de lançamento e páginas dos sites disponíveis antes do produto estar oficialmente à venda.

Os proprietários de robôs usam essas informações para ajustar suas estratégias.

Platt diz que conhece um exemplo extremo em que um grupo alugou um servidor localizado fisicamente mais perto do servidor do site que estavam de olho, dando a eles uma vantagem de frações de segundo no tempo que leva para o tráfego da internet ocorrer.

Por quê? Porque os cambistas estão competindo uns com os outros tanto quanto os compradores regulares.

Os itens de maior demanda estarão mais difíceis do que nunca, especialmente se houver um bom desconto envolvido.

Getty Images via BBC

A adesão a esses grupos de elite pode custar de dezenas a centenas de dólares.

"Definitivamente, há um elemento de exclusividade no segmento mais sofisticado do mercado", diz Platt.

"Existem robôs à venda que podem custar milhares de dólares. Alguns dos robôs se tornaram tão caros e tão limitados que agora você os aluga."

Isso significa que algumas pessoas que estão genuinamente atrás de um item estão alugando um robô para ter certeza de que o conseguirão ou apenas "empregando" um "robozeiro" para comprá-lo para elas.

Está se tornando um grande negócio. O mercado de revenda de tênis esportivos sozinho está avaliado em cerca de US$ 2 bilhões e cresce 20% ao ano, segundo a consultoria americana Cowen.

O que isso significa para as compras de Natal e da Black Friday?

No fim, os itens de maior demanda estarão mais difíceis do que nunca, especialmente se houver um bom desconto envolvido.

E depois há o movimento habitual de mercado: comprar itens na baixa e vender na alta, explorando a diferença de preço. Os robôs ajudam isso a acontecer em escala comercial automatizada.

"Você pode levar todos esses itens, se souber que dali a duas semanas, quando as vendas acabarem, poderá vendê-los pelo dobro do preço", explica Platt.

Há uma fresta de esperança na proliferação de robôs em torno dos principais dias de vendas, como a Black Friday: eles podem levar a preços mais baixos em alguns casos.

Isso porque os robôs de raspagem, do tipo que monitora preços, mas não compra nada, são realmente usados ??pelos próprios varejistas.

Muitos dos maiores comerciantes examinam os sites uns dos outros, certificando-se de que não sejam derrotados na disputa pela melhor oferta de negócio ao consumidor.

Muitos varejistas não comentam estratégias para lidar com os robôs.

Reuters

E o que pode ser feito sobre isso?

Procurados pela reportagem, muitos grandes varejistas se recusaram a tratar das estratégias de defesas contra esses robôs, e vendedores de programas robôs tampouco quiseram falar.

Tecnicamente, não há nada de ilegal nessa prática. O Reino Unido proibiu o uso desses robôs para a venda de ingressos, mas em outros setores de varejo isso não é explicitamente proibido por lei.

No entanto, varejistas estão criando soluções alternativas inteligentes.

A loja britânica Currys PC World confundiu muitos de seus clientes quando o PlayStation 5 e o Xbox Series X foram colocados à venda, em 2020.

Eles apareciam por 2 mil libras a mais do que se esperava, mas os clientes reais com pré-encomendas receberam um código de desconto de 2.005 libras, que teve de ser inserido manualmente, levando o preço de volta ao patamar esperado pelos clientes.

Alguns varejistas estão cobrando nos cartões das pessoas o preço total do item por um lugar na fila de espera (e estornam o lançamento se a compra não for concretizada).

Outros estão vasculhando listas de pedidos e cancelando compras suspeitas: por exemplo, se um mesmo endereço está recebendo muitas unidades do mesmo item.

Essa disputa de gato e rato deve ir bem longe.

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Henrique Martin/g1

O iPhone 16, lançado em setembro, é o celular mais recente da Apple. Nem sempre o preço dele cabe no bolso do consumidor.

Existem alternativas, como os modelos mais antigos de iPhone ou mesmo smartphones com sistema Android (baratos ou caros). Mas qual iPhone "antigo" ainda compensa comprar em 2024?

O Guia de Compras testou os lançamentos da Apple nos últimos anos e pode te ajudar nessa tarefa.

?Clique aqui para seguir o canal do Guia de Compras do g1 no WhatsApp

Black Friday: tabela mostra se preços caíram (ou subiram)

????A primeira coisa para prestar atenção é a idade do produto, para evitar os modelos mais velhos que já saíram de linha.

Nesse caso, nem sempre vai dar para achar um aparelho novo nas lojas da internet.

Oficialmente, a Apple ainda mantém em estoque os iPhone SE (lançado em 2022), 14, 15 e 16.

O iPhone 13, que foi descontinuado em setembro, ainda está disponível nas principais lojas on-line.

Vale lembrar que a Apple também vende uma versão "Plus" dos modelos 14, 15 e 16, com uma tela maior, de 6,7 polegadas. Seu desempenho e configurações são iguais aos aparelhos menores, com tela de 6,1".

Já os iPhones mais velhos, como 11 e 12, são mais difíceis de encontrar sem serem usados ou em versões de "vitrine" (aparelhos que serviram de mostruário nas lojas, muitas vezes vendidos com descontos).

???? O segundo item para checar em uma versão mais velha de iPhone é a conectividade. O 5G é a garantia de ter a tecnologia mais recente no celular de uso diário.

Todos os iPhones desde a versão 12, lançada em 2020, já estão prontos para o 5G.

???? O terceiro fator é a capacidade de atualização do sistema operacional.

Quanto mais antigo, mais rápido o celular pode se tornar obsoleto e vai perder o a novos recursos do iOS, hoje na versão 18.1.

Historicamente, a Apple costuma atualizar os celulares com uma nova versão do sistema iOS por cinco ou seis anos após seu lançamento.

Um iPhone 13 deve ter atualizações até 2026 ou 2027.

Já um iPhone 14 deve ter upgrades até 2027 ou 2028.

E o iPhone 15, até 2029 ou 2030.

Quanto mais recente o lançamento, mais tempo vai durar o smartphone.

???? E o preço?

Vale notar que não existem "iPhones" baratos, como é comum entre os celulares com sistema Android.

E que a Apple não costuma dar descontos nos produtos em linha, mas reduz um pouco os valores quando uma nova geração é lançada – quase sempre entre setembro e outubro.

Os descontos maiores nos valores acabam sendo responsabilidade das lojas e é preciso pesquisar bastante para encontrar ofertas e descontos.

???? Diferenças entre os modelos 13, 14 e 15

Os iPhones 13, 14 e 15 são as gerações que costumam ter preços mais interessantes nas lojas da internet.

iPhone 13

Todos têm telas de 6,1 polegadas (o mesmo tamanho do iPhone 16) e contam com pequenas melhorias incrementais nas câmeras e na capacidade de processamento entre uma geração e outra, sem grandes mudanças.

Os iPhones 13 e 14 são muito parecidos por dentro e por fora.

A maior diferença entre eles está nas câmeras: o iPhone 14 veio com o recurso Photonic Engine, que ajuda a melhorar bastante a qualidade das imagens tiradas em situações de pouca luz.

iPhone 14

Mas, se o consumidor procura uma câmera mais avançada, a recomendação é partir para o iPhone 15, que tem um zoom aprimorado e um sensor de 48 megapixels, maior que o das gerações anteriores.

E já conta com o conector USB-C no lugar do antigo Lightning. A vantagem é que esse conector é compatível com outros aparelhos, como celulares Android, tablets e notebooks, entre outros eletrônicos.

iPhone 15

Pelo valor e pela previsão de atualização do iOS por mais tempo (até 2027 ou mais), o iPhone 14 é a melhor opção para quem quer um iPhone novo, mas sem ser o de última geração.

Esta reportagem foi produzida com total independência editorial por nosso time de jornalistas e colaboradores especializados. Caso o leitor opte por adquirir algum produto a partir de links disponibilizados, a Globo poderá auferir receita por meio de parcerias comerciais. Esclarecemos que a Globo não possui qualquer controle ou responsabilidade acerca da eventual experiência de compra, mesmo que a partir dos links disponibilizados. Questionamentos ou reclamações em relação ao produto adquirido e/ou processo de compra, pagamento e entrega deverão ser direcionados diretamente ao lojista responsável.?

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James Yarema/Unsplash

A Apple terá que mudar o iOS em até 20 dias no Brasil para permitir que desenvolvedores e usuários decidam os sistemas de pagamento para compras em aplicativos. Em caso de descumprimento, a empresa ficará sujeita a multa diária de R$ 250 mil.

A determinação foi feita em uma medida preventiva divulgada na segunda-feira (25) pela Superintendência-Geral do Conselho istrativo de Defesa Econômica (Cade).

O g1 procurou a Apple e a empresa disse que não vai comentar o caso.

A decisão determina que a Apple possibilite compras de serviços ou produtos fora dos aplicativos e que os desenvolvedores possam oferecer métodos alternativos para que o pagamento seja feito dentro dos aplicativos.

O órgão abriu o processo istrativo para apurar "suspeitas de posição dominante relacionadas à criação de barreiras artificiais à entrada e ao desenvolvimento de concorrentes".

"As condutas anticoncorrenciais decorrem da aplicação de diversas disposições constantes nos Termos & Condições impostos pela Apple para regular o funcionamento do seu sistema operacional", disse o Cade.

O órgão investiga se essas práticas têm o potencial de prejudicar os mercados nacionais de distribuição de aplicativos, bens e serviços digitais, além dos sistemas de processamento de pagamentos nos aplicativos do iOS.

A denúncia, que foi registrada em 2022 pelo Mercado Livre, afirma que a Apple tem imposto restrições a desenvolvedores de aplicativos e serviços digitais, como streamings, que dificultam ou impedem a compra dentro de apps.

O entendimento é de que a Apple força desenvolvedores brasileiros a utilizarem exclusivamente seu sistema de pagamento em transações feitas dentro de aplicativos, proibindo redirecionamentos para sites externos.

Segundo o Cade, "a ação visa proteger o bem-estar coletivo, o interesse público e a livre concorrência no mercado e tem previsão na legislação."

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Divulgação/WhatsApp

O WhatsApp anunciou nesta terça-feira (26) que descontinuará a função de pagamento entre pessoas com cartão de débito no aplicativo a partir de 19 de dezembro.

A Meta destacou que o WhatsApp Pagamentos não será encerrado, e as demais modalidades de pagamento continuarão disponíveis no app sem alterações.

Em nota enviada ao g1, a empresa explicou que a decisão de suspender a função com cartão de débito visa priorizar as transações via PIX. "Estamos avisando todos os usuários sobre o fim desta função a partir de dezembro", informou.

Quando lançado, em 2021, o WhatsApp Pagamentos exigia que o usuário tivesse uma conta bancária e um cartão de débito, pré-pago ou combo das bandeiras Visa ou Mastercard, emitido por um dos seguintes bancos: Banco do Brasil, Banco Inter, Bradesco, Itaú, Mercado Pago, Next, Nubank, Sicredi ou Woop Sicredi.

Como enviar dinheiro pelo WhatsApp?

WhatsApp adiciona botão para recurso de pagamentos no campo de texto

Divulgação/WhatsApp

A opção de transferência no WhatsApp está disponível no ícone de cifrão (R$) no campo de mensagens, ao lado das opções para enviar imagens, documentos, localização ou contatos.

Toque no ícone "R$" e escolha a opção "Pagamento";

Insira o valor e uma mensagem opcional;

Aperte em "Pagar" e coloque o PIN (senha) do Meta Pay;

A transação vai aparecer como se fosse uma mensagem na conversa do WhatsApp, e a pessoa precisa aceitar o pagamento. Depois, o dinheiro cairá na conta dela.

Se for a primeira vez usando o serviço, será preciso aceitar os termos de uso, criar um PIN (senha) do Meta Pay, cadastrar um cartão de uma das instituições parceiras e confirmar o cadastro na plataforma.

Leia a nota do WhatsApp:

"A funcionalidade Pagamentos no WhatsApp segue sendo prioridade para a experiência completa que queremos oferecer aos nossos usuários. No que se refere a pagamentos entre amigos e família, decidimos focar nossos investimentos nas soluções via PIX e suspender a função com cartão de débito. Estamos avisando todos os usuários no aplicativo sobre o fim desta função a partir de 19 de dezembro. Não haverá mudança no que se refere a pagamento de pessoas para empresas, que continuará aceitando todos os métodos de pagamento atualmente disponíveis no WhatsApp."

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Uma reportagem do g1, publicada neste sábado (23), revelou como influenciadores mirins tentam atrair crianças e adolescentes para um suposto trabalho rentável: a participação na venda de cursos em plataformas de marketing de afiliados, como Kiwify e Cakto.

Nas redes sociais, esses menores afirmam faturar até R$ 100 mil com esse tipo de negócio. Ao alcançarem esse valor em vendas, eles recebem uma placa comemorativa e uma cesta de comida que inclui espumante, bebida alcoólica cujo consumo é proibido para menores de 18 anos no Brasil.

O g1 encontrou ao menos 33 perfis com esse tipo de conteúdo no Instagram e no TikTok e monitorou essas contas por três meses. O g1 também tentou conversar com os pais desses menores, mas não obteve retorno e alguns não quiseram falar.

Em um dos posts no Instagram, uma menina com 457 mil seguidores mostra a cesta enviada pela Kiwify (veja na imagem abaixo).

A Cakto também costuma enviar brindes e mandou um espumante para essa mesma criança.

Criança que recebeu um kit por ter faturado R$ 100 mil na Kiwify.

Reprodução/Instagram

Na publicação da menina, Caio Martins, CEO da Cakto, chegou a comentar: "Só não pode beber esse Chandon kkkkkkk" (veja na imagem abaixo).

Além dela, o g1 localizou o perfil de um outro adolescente que também exibe a cesta com a bebida, novamente enviada pela Kiwify.

Cakto também enviou espumante para a mesma menina que recebeu da Kiwify.

Reprodução/Instagram

Procurada para comentar sobre o envio do brinde, a Cakto disse que "todos os cadastros na plataforma são realizados exclusivamente por maiores de idade e vinculados a um responsável legal". A empresa não comentou sobre o posicionamento do CEO.

A Kiwify, que negou ter enviado esses prêmios diretamente para menores, disse que vai implementar "uma revisão operacional para evitar a recorrência de situações semelhantes a essa" (leia o posiconamento ao final da reportagem).

"A premiação é padrão e concedida a todos os produtores que atingem o faturamento de R$ 100 mil, não havendo distinções ou privilégios para indivíduos específicos", completou a empresa.

"Essas contas estão sendo preventivamente bloqueadas para maiores investigações devido ao potencial compartilhamento indevido de e senha", disse a Kiwify, sobre os perfis que exibiram bebidas entre os brindes recebidos.

Segundo a Kiwify, ambas as contas identificadas que receberam a bebida alcoólica pertencem a adultos.

Alguns influencers também filmaram sua presença em eventos de marketing digital da Kiwify (veja no vídeo na abertura da reportagem). Sem dar mais detalhes, a empresa disse ao g1 que "não realizou nenhum convite a eles".

A Meta, dona do Instagram, afirmou que "não vai comentar o tema". O TikToK não havia retornado até a última atualização desta reportagem.

Adolescente abre kit com espumando enviado pela empresa Kiwify

Reprodução/Instagram

Como os influencers atraem outras crianças

Apesar de serem desinibidas para falar sobre uma suposta vida de luxo, as crianças revelam poucas informações pessoais. Não falam as idades, nem a cidade ou estado onde vivem.

Os perfis costumam se seguir, o que indica que os envolvidos se conhecem, ao menos no ambiente virtual.

As informações disponíveis nas contas seguem a mesma tática dos vídeos: na bio, elas citam o suposto faturamento do influencer e incitam os seguidores a procurá-las se quiserem ter a mesma vida.

Nessas publicações, os menores costumam:

destacar que trabalham pouco tempo por dia e faturam alto;

relatar uma mudança de vida, dizendo que agora conseguem comprar celular caro, casa ou mesmo pagar o aluguel dos pais e tirar a família da pobreza;

não costumam mostrar esses bens materiais, apenas falam deles;

ironizam quem não está no esquema supostamente lucrativo;

citam o suposto faturamento alto no link da bio e exibem notas de dinheiro ou número de faturamento na tela dos apps da Kiwify e da Cakto.

Criança usa tom irônico nos conteúdos publicado nas redes sociais

Reprodução/Instagram

Em alguns poucos vídeos, crianças e adolescentes dizem estar com o pai ou a mãe e até presenteiam familiares. Nas filmagens, os supostos responsáveis sempre demonstram surpresa com o trabalho altamente rentável do filho.

O g1 localizou os pais de uma menina de Minas Gerais que divulga esses cursos. No Instagram, ela tem mais de 230 mil seguidores e os vídeos publicados contam com milhares de visualizações.

O pai dela inicialmente demonstrou interesse em dar entrevista, mas logo parou de responder aos contatos.

Dias depois, também por mensagens, a mãe confirmou que a filha tem 13 anos e considera que aquilo é um trabalho, o que pode ser indício de trabalho infantil, analisa Denise Auad, da comissão dos direitos da criança e do adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB SP).

A mãe disse ainda que a menina "tira um bom dinheiro no digital", sem informar valores. E que os pais preferem deixar o montante guardado, para que a filha istre melhor, no futuro.

Durante vários dias, o g1 tentou marcar uma entrevista com essa mãe. Mas, num último contato, ela disse que conversou com o marido e eles decidiram que não queriam mais falar, para "não expor muito a imagem da filha".

Não foi possível saber se a adolescente tem autorização judicial para divulgar esses conteúdos. No Brasil, o trabalho antes dos 16 anos só é permitido em lei para fins artísticos e com autorização judicial, explica Kelli Angelini, advogada especialista em educação digital. Isso inclui atuar com influenciador nas redes sociais.

"É um caso gravíssimo porque as crianças que divulgam e as que assistem a isso são as verdadeiras vítimas. E o mais preocupante é como isso vem influenciando outras crianças a desvalorizar os estudos", diz Denise Auad.

Eles podem estar sendo usados por indivíduos mal-intencionados para praticar fraude (estelionato), avalia Kelli Angelini, advogada especialista em educação digital e autora do livro "Segredos da internet que crianças e adolescentes ainda são sabem".

Para João Francisco Coelho, advogado do programa Criança e Consumo do Instituto Alana, existe um "modus operandi" muito claro e bem delimitado quanto ao tipo de conteúdo que vai ser publicado por essas crianças e a linguagem que vai ser utilizada.

Denise ainda cita algumas ilegalidades que os responsáveis podem estar cometendo, como crimes ligados ao trabalho forçado, falsidade ideológica, difamação e golpes virtuais.

O que diz a Kiwify

"A Kiwify possui uma política clara e rigorosa em relação à idade mínima para o uso da plataforma. De acordo com nossos termos de uso, apenas pessoas físicas com idade mínima de 18 anos ou emancipadas, e que sejam plenamente capazes de exercer direitos e deveres na ordem civil, podem se cadastrar como usuários. Além disso, representantes de pessoas jurídicas devem estar devidamente autorizados a vinculá-las à plataforma. Ou seja, para realizar transações comerciais, é necessário ter mais de 18 anos, e as operações de vendas somente são aceitas perante comprovação de que a conta bancária seja a mesma do titular do cadastro. Os usuários são obrigados a fornecer informações válidas que comprovem sua idade e capacidade civil. Se for identificado que o usuário não atende a esses requisitos, o cadastro é automaticamente bloqueado, impedindo o uso da plataforma.

Nossa política de premiação é estruturada para recompensar o trabalho e o esforço dos infoprodutores, com base em métricas objetivas de faturamento. Esclarecemos que as premiações são enviadas exclusivamente ao titular da conta, partindo da premissa de que a gestão é feita por uma pessoa adulta, com 18 anos ou mais, já que a participação na plataforma e a venda de produtos estão restritas a maiores de idade. A partir deste momento, implementaremos uma revisão operacional para evitar a recorrência de situações semelhantes a essa.

A Kiwify se destaca por facilitar ao máximo o processo de reembolso dos compradores dos cursos de nossos usuários. Tanto que fomos, pelo segundo ano consecutivo, indicados ao prêmio do Reclame Aqui, maior prêmio de reputação e experiência do cliente do Brasil. Além disso, possuímos atualmente uma nota geral de 8.2 ("ótimo") e 83% de índice de solução neste canal.

A Kiwify, seus sócios ou quaisquer outras entidades relacionadas não possuem qualquer vínculo com essa empresa [Cakto]".

O que diz a Cakto

"Como preceitua os termos da plataforma Cakto, menores de idade são proibidos de realizar cadastros na plataforma, bem como realizar vendas utilizando a mesma. Para que o cadastro dentro da plataforma seja concluído, é necessário que seja apresentado documento pessoal com foto, do qual a por uma rigorosa análise pelo setor de compliance. Além disso, contas que são identificadas sendo operadas por menores de idade são suspensas pelo nosso e.

A plataforma Cakto segue rigorosamente o que dispõe o código do consumidor quando se fala de solicitações de reembolso. Dessa forma, sempre que um consumidor solicita o reembolso direto a plataforma, o mesmo é atendido prontamente pela equipe.

Vale ressaltar que após o período de arrependimento, a plataforma somente se responsabiliza sobre vícios e problemas com os produtos na plataforma, após esse período de 7 dias o reembolso deve ser solicitado diretamente ao vendedor.

A empresa Cakto não possui qualquer relação com a empresa Kiwify". ]]>
Como usar duas contas do WhatsApp no mesmo celular 656wf /noticia/5994/como-usar-duas-contas-do-whatsapp-no-mesmo-celular.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/5994/como-usar-duas-contas-do-whatsapp-no-mesmo-celular.html Mon, 25 Nov 2024 03:55:40 -0300 <![CDATA[No Android, é possível ter duas contas pessoais caso o celular tenha e para dois chips. Já o iPhone só permite manter uma conta pessoal e outra profissional, por meio do WhatsApp Business. WhatsAppDivulgaçãoO WhatsApp permite ter duas contas no mesmo celular sem precisar baixar aplicativos de terceiros. Como cada uma tem um número diferente, é preciso que o seu aparelho e dois chips, o que só está disponível no Android.A opção não funciona no iPhone, que só tem...]]> <![CDATA[No Android, é possível ter duas contas pessoais caso o celular tenha e para dois chips. Já o iPhone só permite manter uma conta pessoal e outra profissional, por meio do WhatsApp Business. WhatsApp

Divulgação

O WhatsApp permite ter duas contas no mesmo celular sem precisar baixar aplicativos de terceiros. Como cada uma tem um número diferente, é preciso que o seu aparelho e dois chips, o que só está disponível no Android.

A opção não funciona no iPhone, que só tem e para um chip. No entanto, é possível usá-lo para manter uma conta pessoal e outra profissional no WhatsApp Business (saiba mais abaixo).

Nos dois casos, o processo para incluir uma segunda conta é simples e pode ser útil para quem precisa separar as conversas em dois perfis no aplicativo. Veja abaixo como adicionar um novo perfil no seu WhatsApp.

Android

Em aparelhos Android, é possível adicionar a segunda conta dentro do próprio aplicativo do WhatsApp desde outubro de 2023. Saiba como fazer:

Abra as "Configurações" do WhatsApp clicando no ícone de três pontinhos (?) da tela inicial;

Clique no ícone de adição (+) ao lado da foto de perfil;

Selecione a opção "Adicionar conta";

Clique em "Concordar e continuar" e insira o número do segundo chip;

Confirme o número e digite o código de verificação enviado por SMS;

O WhatsApp pedirá permissão para procurar backups na sua conta Google. Se quiser recuperar dados, toque em "Conceder permissão". Se não, basta selecionar "Pular".

iPhone

Como o iPhone não tem e para dois chips, não é possível usar o celular para ter duas contas pessoais. No entanto, ele pode servir para quem deseja manter um perfil profissional no WhatsApp Business. Veja como fazer:

Baixe o aplicativo WhatsApp Business;

Aceite os termos ao clicar em "Concordar e continuar";

Selecione "Usar outro número";

Confirme o número e digite o código de verificação enviado por SMS;

O WhatsApp pedirá permissão para procurar backups na sua conta iCloud. Se quiser recuperar dados, toque em "Conceder permissão". Se não, basta selecionar "Pular restauração".

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Lasers. É disso que os funcionários dos supermercados precisam, insistiu Paul McEnroe. Scanners no caixa e pequenas armas a laser em forma de pistola também. Aponte, dispare e complete a venda!

Em 1969, esta era uma visão extravagante do futuro: os lasers escaneariam estranhas marcações em preto e branco nos produtos que McEnroe e seus colegas da IBM haviam projetado. Isso tornaria as filas dos supermercados mais rápidas, disse ele entusiasmado.

A solução viria a ser conhecida como código de barras.

Naquele momento da história, os códigos de barras nunca haviam sido usados comercialmente, embora a ideia estivesse sendo desenvolvida há décadas, após uma patente ser registrada em 20 de outubro de 1949 por um dos engenheiros que agora fazia parte da equipe de McEnroe.

Os engenheiros da IBM estavam tentando dar vida aos códigos de barras. Eles tinham uma visão do futuro em que os consumidores ariam rapidamente pelo caixa com lasers escaneando cada item que desejavam comprar. Mas os advogados da IBM tinham um problema com o futuro.

"De jeito nenhum", eles disseram, de acordo com McEnroe, engenheiro agora aposentado. Eles temiam um "suicídio a laser". E se as pessoas ferissem intencionalmente seus olhos com os scanners e depois processassem a IBM? E se os funcionários dos supermercados ficassem cegos?

Não, não, é um mero raio laser de meio miliwatt, McEnroe tentou explicar. Havia 12 mil vezes mais energia em uma lâmpada de 60 watts. Seus apelos não deram em nada.

Ele recorreu então a macacos-rhesus importados da África, embora agora não se lembre de quantos. "Acho que foram seis", diz ele. "Mas não posso assegurar."

Depois que os testes em um laboratório próximo comprovaram que a exposição ao laser não prejudicava os olhos dos animais, os advogados cederam.

E foi assim que a leitura de códigos de barras se tornou comum nos supermercados dos EUA e, por fim, no mundo todo.

A história destas linhas verticais tão comuns hoje em dia pode surpreender

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Em uma reviravolta inesperada, o laboratório usado por McEnroe disse posteriormente que enviaria os macacos para ele. "Foi uma loucura", ele se lembra, rindo. "Arrumei um zoológico na Carolina do Norte."

Além dos macacos, cada membro humano da equipe de McEnroe na IBM também merece crédito pelo Código Universal de Produtos (UPC, na sigla em inglês), como sua versão do código de barras ficou formalmente conhecida.

Entre eles, estava Joe Woodland, o engenheiro que idealizou o conceito inicial dos códigos de barras décadas antes, depois de desenhar linhas na areia de uma praia. Foi ele e outro engenheiro que fizeram o pedido para registrar a patente da ideia fundamental dos códigos de barras em outubro de 1949.

Basicamente, George Laurer e outros membros da equipe da IBM pegaram esta proposta pré-existente de marcações no estilo de código de barras e a desenvolveram até chegar a um retângulo de linhas pretas verticais que correspondiam a um número que poderia identificar de maneira exclusiva qualquer item de supermercado que você possa imaginar. De latas de sopa a caixas de cereais ou pacotes de macarrão.

O setor de supermercados adotou formalmente o UPC em 1973, e o primeiro produto com o código foi escaneado no supermercado Marsh, em Ohio, em 1974.

A partir daí, o sistema conquistou o planeta.

Logo apareceram outros tipos de códigos de barras, e o UPC também serviu de alicerce para os chamados "códigos de barras 2D", como os QR Codes, que podem codificar ainda mais informações.

Mas a história destas pequenas marcações em preto e branco é muito mais complexa e espinhosa do que você poderia imaginar.

Medindo os espaços

Você poderia até dizer que tudo começou com a CIA, a agência de inteligência americana.

"Eu estava escaneando coisas para a CIA", explica McEnroe.

"Mapas enormes."

Este foi um de seus primeiros trabalhos na IBM envolvendo scanners de imagem. Como ele explica em seu livro sobre a invenção do código de barras UPC, isso o ajudou a se preparar para trabalhar com uma tecnologia completamente nova, mas relacionada, que revolucionaria o setor de varejo.

Hoje os códigos de barras ajudam a salvar vidas

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McEnroe sabia que as filas dos caixas nas lojas andariam muito mais rápido se os funcionários pudessem simplesmente escanear os produtos para um computador, em vez de ter que ler os preços estampados em cada item e depois processá-los manualmente.

Para ser aceito, esse sistema de leitura de códigos de barras teria que funcionar praticamente todas as vezes — e ler o código corretamente, mesmo que o produto asse pelo scanner a velocidades de até 2,5 metros por segundo.

A equipe da IBM começou a trabalhar baseando-se no projeto patenteado por Woodland e seu colega — porém, com uma diferença importante. A abordagem original se baseava na leitura da espessura das linhas pretas.

Um dos conceitos que eles haviam proposto na patente — um código de barras redondo, formado por círculos concêntricos — chegou a ser desenvolvido por um grupo concorrente. Mas se revelou difícil de imprimir e mais difícil ainda de encaixar perfeitamente na embalagem do produto.

A equipe da IBM descobriu que era mais fácil imprimir linhas verticais e basear o processo de leitura não na medição da espessura destas linhas, mas na distância entre a borda de uma linha e a borda da linha seguinte.

Em outras palavras, no espaço entre as linhas, que era mais refletor e mais fácil de ser captado pelo scanner.

Desta forma, não importava se a impressora de etiquetas imprimisse linhas mais grossas do que o previsto — a leitura ainda funcionaria, praticamente todas as vezes.

A encarnação do mal

Embora o primeiro produto com código de barras tenha sido vendido em um supermercado dos EUA em 1974, foram necessários mais cinco anos para que os códigos de barras chegassem aos supermercados britânicos. Assim que chegaram, o primeiro item a ser escaneado foi uma caixa de saquinhos de chá.

McEnroe enfatiza que o lançamento da tecnologia de código de barras UPC não foi isento de polêmicas.

"Nossa primeira loja não abriu", ele recorda.

Havia pessoas do lado de fora protestando contra o fato de que os preços não seriam mais estampados em cada produto, mas apenas nas prateleiras onde os produtos eram colocados.

Alguns sindicatos da época achavam — no fim das contas, com razão — que a tecnologia de escaneamento ameaçava determinados empregos nos supermercados. Também havia a preocupação de que os códigos de barras pudessem ser usados para ocultar os preços.

O próprio McEnroe se lembra de como, no ado, os consumidores às vezes procuravam produtos nas prateleiras dos supermercados que poderiam estar com o preço mais antigo e mais baixo estampado neles. Se os códigos de barras assumissem o controle, estas oportunidades de pechinchar desapareceriam.

Estas preocupações logo se dissiparam. Mas os códigos de barras sempre incomodaram algumas pessoas.

Havia aqueles que temiam os códigos de barras

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Para alguns fanáticos, eles são nada menos que a encarnação do mal.

Em 2023, Jordan Frith, professor de comunicação da Universidade de Clemson, na Carolina do Sul, publicou um livro sobre a história dos códigos de barras. Durante sua pesquisa, ele encontrou um artigo de 1975 em uma publicação chamada Gospel Call que sugeria que os códigos de barras poderiam ser "a Marca da Besta" — uma referência a uma profecia bíblica do Livro do Apocalipse sobre o fim do mundo.

A agem do Novo Testamento se refere a uma besta — às vezes, interpretada como o Anticristo — que obriga todas as pessoas a serem marcadas na mão direita ou na testa. Na profecia, somente aqueles que aceitam esta marca têm permissão para comprar ou vender.

O artigo de 1975 sugeria que, no futuro, os códigos de barras seriam "tatuados a laser" na testa ou nas costas da mão de todo mundo, prontos para serem apresentados nos caixas dos supermercados.

Apesar de bizarra, a ideia provou ser surpreendentemente aderente.

Um livro de 1982 chamado The New Money System ("O novo sistema monetário", em tradução livre), escrito pela evangélica Mary Stewart Relfe, popularizou ainda mais a suposta conexão, depois que ela afirmou que o número da Besta (666) estava "escondido" entre as linhas nas extremidades e no meio de cada código de barras.

Na verdade, estas "linhas de sinalização", como são conhecidas, servem como ponto de referência para ajudar o scanner a laser a identificar o início e o fim de cada sequência de UPC.

Mais tarde, Laurer, da equipe da IBM, considerado coinventor do UPC, insistiu que não havia nada de sinistro nisso — e que a semelhança com o padrão usado para codificar o número seis era uma coincidência.

Para alguns, eles são nada menos que a encarnação do mal

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Mas a teoria bizarra ainda pode ser encontrada em alguns recantos da internet.

E algumas pessoas até tomam medidas extremas para evitar códigos de barras, incluindo membros de um grupo cristão russo ortodoxo conhecido como Velhos Crentes.

Agafia Lykov, que vive em uma região remota da Sibéria, disse a jornalistas da revista Vice em 2013 que os códigos de barras eram "o selo do Anticristo".

Ela acrescentou que se alguém lhe der algo, como um pacote de sementes, com um código de barras, ela retira o conteúdo e queima o pacote.

Além disso, em 2014, uma empresa de laticínios russa publicou uma declaração em seu site explicando por que havia uma cruz vermelha impressa sobre os códigos de barras em suas caixas de leite. Como é "bem conhecido", dizia a declaração, os códigos de barras são a Marca da Besta. A declaração já foi removida do site da empresa.

McEnroe diz que está ciente de algumas dessas crenças estranhas sobre os códigos de barras.

"Não é algo que eu estaria propenso a pensar", diz ele, de forma bastante diplomática.

Frith ressalta outro aspecto: "É um pouco estranho imaginar um bando de executivos do setor de supermercados abrindo caminho para o apocalipse."

Distópicos

Mas pode-se dizer que há algo estranhamente distópico nos códigos de barras. Para alguns, eles se tornaram um símbolo do capitalismo em sua forma mais fria. Também costumam aparecer em sequências assustadoras em filmes.

Em O Exterminador do Futuro, ficamos sabendo que os prisioneiros de robôs assassinos em um futuro apocalíptico são marcados com códigos de barras em seus braços para identificação.

"Isso é gravado por escaneamento a laser", explica o personagem Kyle Reese, que viaja no tempo, a Sarah Connor. "Alguns de nós fomos mantidos vivos para trabalhar — carregando corpos."

Na narrativa do filme O Exterminador do Futuro, protagonizado por Arnold Schwarzenegger, o papel dos códigos de barras causa arrepios

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A marca do código de barras, neste contexto, lembra os números tatuados nos braços dos prisioneiros dos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Às vezes, as pessoas usam os códigos de barras de forma maliciosa. Especialmente quando se trata de QR Codes, que, em vez de usar linhas verticais, consistem em constelações de pequenos quadrados pretos e brancos em um padrão que pode ser lido por câmeras digitais de smartphones.

Como a leitura de um QR Code pode direcionar seu dispositivo a um site mal-intencionado, hackers utilizam a tecnologia de vez em quando.

O Centro Nacional de Segurança Cibernética do Reino Unido alertou a população para ter cuidado com os QR Codes. Motoristas em várias cidades inglesas também foram alertados sobre um golpe em que QR Codes falsos foram colados a máquinas de estacionamento na tentativa de roubar dinheiro de motoristas desavisados. Um código usado em estacionamentos em Leicester chegou a ser vinculado à Rússia.

E, em setembro, o grupo armado Hezbollah, baseado no Líbano, acusou Israel de lançar folhetos contendo um código de barras perigoso, mencionado como QR Code em algumas reportagens, que poderia "retirar todas as informações" de qualquer dispositivo usado para escaneá-lo. A BBC não conseguiu verificar estas alegações.

Onipresentes

Apesar de alguns usos nefastos dos códigos de barras e de alegações bizarras de que eles representam a Marca da Besta, esta tecnologia é utilizada em milhares de processos industriais e comerciais no mundo todo. Estima-se que 10 bilhões de códigos de barras sejam escaneados globalmente, todos os dias, de acordo com a GS1, organização que supervisiona os padrões de códigos UPC e QR.

Você já deve ter reparado nos códigos de barras e QR Codes presentes nas embalagens dos itens que recebe pelo correio, por exemplo. Um único pacote pode ser escaneado várias vezes em sua jornada do depósito até sua casa, diz Frith. E como os códigos de barras permitem que os varejistas controlem grandes estoques de produtos, isso significa que essas empresas podem operar lojas gigantescas com relativamente poucos funcionários.

"Você não teria essas superlojas ou algo do gênero sem os códigos de barras", observa Frith. "Isso mudou a estrutura física do varejo."

Erin Temmen, gerente de contas da empresa de etiquetagem Electronic Imaging Materials, concorda com essa avaliação. Sua empresa, assim como outras do setor, produz etiquetas de código de barras que funcionam praticamente em qualquer ambiente.

Isso inclui, por exemplo, etiquetas resistentes ao frio que não vão cair de equipamentos cheios de nitrogênio líquido. E etiquetas resistentes a produtos químicos que vão conservar o código de barras mesmo se substâncias nocivas respingarem nelas em laboratório.

A empresa também produz etiquetas de código de barras mais refletoras. "Isso aumenta a distância de escaneamento", explica Temmen. Ou seja, facilita a leitura do código por trabalhadores apressados a uma distância de até 14 metros, tornando-o detectável mesmo se o código de barras estiver em um item colocado no alto de uma prateleira, por exemplo.

Essa versatilidade indica a grande variedade de contextos em que os códigos de barras são realmente usados.

Uma tartaruga marinha com um código no casco rasteja em direção ao mar na Reserva Natural Nacional de Tartarugas Marinhas de Huidong, na China

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Eles ajudaram a monitorar o comportamento e o movimento de abelhas e pássaros, a marcar óvulos e embriões em clínicas de fertilidade para evitar confusões e foram colocados em lápides para direcionar os visitantes para memoriais online dos falecidos.

As Forças Armadas dos EUA também usam códigos de barras para ajudar a controlar a presença e o treinamento de pessoal. Uma universidade na Arábia Saudita também testou o recurso para registrar a presença dos alunos nas aulas.

Os códigos de barras chegaram até mesmo ao espaço.

Os astronautas da Estação Espacial Internacional usam leitores de código de barras para identificar equipamentos e peças mecânicas, embora eles tenham sido substituídos em grande parte por identificação por radiofrequência (RFID, na sigla em inglês). Os códigos de barras também são usados para registrar a ingestão de alimentos e bebidas pelos astronautas, assim como para identificar suas amostras de sangue, saliva e urina.

Na Terra, é possível que os códigos de barras tenham salvado vidas. Os hospitais usam sistemas de código de barras para rastrear amostras de sangue, medicamentos e dispositivos médicos, como próteses de quadril.

O NHS, sistema público de saúde do Reino Unido, tem um programa chamado Scan4Safety para promover o uso de códigos de barras para monitorar este tipo de informação. A identificação auxiliada por computador pode ajudar a equipe a garantir que os médicos istrem o medicamento correto no paciente certo, por exemplo.

De acordo com um relatório do Scan4Safety, a introdução desta tecnologia liberou 140 mil horas do tempo da equipe para o atendimento aos pacientes que, de outra forma, seria gasto com tarefas istrativas e controle de estoque. O relatório afirma ainda que a leitura de código de barras também economizou milhões de libras para o serviço de saúde.

"Converso com médicos e membros da equipe responsáveis pelo gerenciamento de estoque em hospitais — todos relatam benefícios", diz Valentina Lichtner, professora da Universidade de Leeds, no Reino Unido, que atualmente está pesquisando o impacto dos sistemas de monitoramento de código de barras em ambientes de serviços de saúde.

E em um mundo em que os códigos de barras estão praticamente em todos os lugares, é possível criar jogos e experiências interessantes com base neles. Um dos exemplos mais inovadores foi o Skannerz, um videogame portátil do início dos anos 2000 que tinha um leitor de código de barras integrado ao dispositivo.

Os jogadores tinham que escanear códigos de barras aleatórios em alimentos, por exemplo, até encontrarem um código que acionasse a "captura" de um monstro alienígena no jogo — algo que tem fortes ecos dos jogos do Pokémon. Outros jogos, incluindo o Barcode Battler do Japão, também se baseiam em fazer com que os jogadores leiam códigos de barras como parte da "diversão".

Nada disso teria sido possível sem as linhas traçadas por Woodland na areia da praia e o trabalho de McEnroe e sua equipe na IBM.

Atualmente, existe uma iniciativa — chamada Sunrise 2027 — para fazer com que os varejistas adotem códigos no estilo QR Code, em vez dos designs mais antigos, baseados em linhas verticais. Isso permitiria que eles codificassem mais informações, como datas de validade em embalagens de alimentos ou instruções sobre como usar um determinado produto de limpeza.

Mas Frith acredita que o código de barras tradicional provavelmente vai continuar existindo por muito tempo. Trata-se de uma tecnologia aparentemente simples que, segundo ele, impactou uma série de setores.

E, apesar de os códigos de barras estarem por toda parte, "a maior prova do seu sucesso", diz Frith, "é que nunca pensamos neles". ]]>
Menores desdenham da educação e dizem ganhar mais do que médico vendendo curso para ser influencer g431q /noticia/5988/menores-desdenham-da-educacao-e-dizem-ganhar-mais-do-que-medico-vendendo-curso-para-ser-influencer.html <![CDATA[Tecnologia]]> [email protected] (Akontece) /noticia/5988/menores-desdenham-da-educacao-e-dizem-ganhar-mais-do-que-medico-vendendo-curso-para-ser-influencer.html Sat, 23 Nov 2024 10:41:48 -0300 <![CDATA['Influenciadores mirins' tentam atrair outras crianças e adolescentes para um 'trabalho' supostamente rentável de participação nas vendas de cursos dentro da Kiwify e da Cakto. Especialistas veem indícios de trabalho infantil e exploração de imagem. "Qual faculdade você pensa em fazer no futuro? Faculdade? Eu já ganho mais que 5 médicos no mês". "Não me garanto em muita coisa, mas coloca um celular na minha mão pra ver se eu não faço R$ 50 mil no mês".Frases como essas são...]]> <![CDATA['Influenciadores mirins' tentam atrair outras crianças e adolescentes para um 'trabalho' supostamente rentável de participação nas vendas de cursos dentro da Kiwify e da Cakto. Especialistas veem indícios de trabalho infantil e exploração de imagem. "Qual faculdade você pensa em fazer no futuro? Faculdade? Eu já ganho mais que 5 médicos no mês".

"Não me garanto em muita coisa, mas coloca um celular na minha mão pra ver se eu não faço R$ 50 mil no mês".

Frases como essas são ditas por adolescentes em vídeos publicados em contas com milhares de seguidores no Instagram e no TikTok. O g1 encontrou ao menos 33 perfis com esse tipo de conteúdo nas duas redes e monitorou essas contas nos últimos três meses.

Foram encontradas contas de pessoas que vivem em São Paulo, no Paraná e no Pará.

O conteúdo delas se resume a postagens que minimizam a importância do estudo e onde os "influencers mirins" vendem a ideia de um trabalho fácil, mostram maços de dinheiro, citam altas cifras de faturamento na bio, mas não revelam a fonte da suposta riqueza.

Eles pedem que os interessados em saber a "receita" do sucesso mandem uma DM (mensagem privada) ou em um link. Ali é revelado que o caminho para "ter" uma vida como a deles começa por comprar um curso hospedado nas plataformas de marketing de afiliados Kiwify e Cakto, amplamente divulgadas pelos adolescentes.

???? O que é marketing de afiliados: é uma estratégia de vendas em que uma empresa ou pessoa (também conhecida como infoprodutor) cria e disponibiliza seu curso ou produto em plataformas dedicadas para isso. Outras pessoas, então, divulgam esses conteúdos com links exclusivos e ganham uma porcentagem em cima da venda delas.

Os cursos, que prometem ensinar a ganhar dinheiro com a participação em vendas desses mesmos cursos, têm nomes chamativos como "O Tesouro do Tráfego Orgânico" e "Acelerador de resultados".

Eles são ministrados por outras pessoas que não os influencers. Por exemplo, no curso adquirido pelo g1, o irmão de uma menina que ostenta nas redes é quem dá as aulas.

Os conteúdos custam entre R$ 10 e R$ 200 — o que causa estranhamento diante do quanto esses influencers dizem faturar.

A pedido do g1, advogados especializados em direito da criança e do adolescente analisaram as postagens e disseram que podem ser casos de trabalho infantil on-line (veja o que dizem as regras abaixo).

Os adolescentes podem estar sendo usados por indivíduos mal-intencionados para praticar fraude (estelionato), avalia Kelli Angelini, advogada especialista em educação digital e autora do livro "Segredos da internet que crianças e adolescentes ainda são sabem".

A legislação brasileira define o crime de estelionato (Art. 171) como a tentativa de "obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento".

Neste caso, os menores podem estar sendo usados para vender cursos que prometem alto retorno, o que, na realidade, pode não se concretizar.

"É um caso gravíssimo porque as crianças que divulgam e as que assistem a isso são as verdadeiras vítimas. E o mais preocupante é como isso vem influenciando outras crianças a desvalorizar os estudos", diz Denise Auad, da comissão dos direitos da criança e do adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB SP).

O g1 procurou a Promotoria da Infância e Juventude do Ministério Público de São Paulo, o Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Trabalho e Emprego, que informaram ter reado o caso para os setores responsáveis.

As plataformas Kiwify e a Cakto, as mais divulgadas pelos "influencers mirins", dizem não ter relação entre si.

No site Reclame Aqui, existem vários relatos citando a Kiwify e a Cakto feitos por clientes que não conseguem cancelar a compra de serviços oferecidos. Isso porque eles não conseguem encontrar os canais oficiais de atendimento ou porque os responsáveis não respondem.

Ao serem procuradas pelo g1 para falar sobre os perfis dos adolescentes que as divulgam, ambas as empresas informaram que menores de idade não estão autorizados a usar seus serviços (leia os comunicados na íntegra, ao final da reportagem).

Apesar disso, adolescentes exibem em vídeos placas comemorativas enviadas pelas plataformas para quem atinge um marco nas vendas, geralmente R$ 100 mil.

Dois deles mostraram, além das placas, cestas da Kiwify e da Cakto que incluem um espumante, bebida alcoólica cujo consumo é proibido para menores de 18 anos no Brasil. Alguns também se filmaram em eventos da Kiwify.

Pessoas ligadas aos cursos afirmaram ao g1, em condição de anonimato, que a regra da maioridade é burlada porque os registros nessas plataformas são feitos com os dados dos responsáveis pela criança ou adolescente que divulga os cursos.

No YouTube, é possível encontrar alguns vídeos que ensinam como burlar as regras da Kiwify e criar uma conta para menores de idade. O g1 procurou a plataforma de vídeos para apresentar esses casos, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

?? Abaixo, você verá:

Quem são os influencers que ostentam

A tática de posts provocativos e bebida como 'prêmio'

O que tem nos cursos

As regras de trabalho e o que chama a atenção de advogados

Quem são os influencers que ostentam

Apesar de serem desinibidas para falar sobre uma suposta vida de luxo, as crianças revelam poucas informações pessoais. Não falam as idades, nem a cidade ou estado onde vivem.

Criança que recebeu um kit por ter faturado R$ 100 mil na Kiwify.

Reprodução/Instagram

Os perfis costumam se seguir, o que indica que os envolvidos se conhecem, ao menos no ambiente virtual.

As informações disponíveis nas contas seguem a mesma tática dos vídeos: na bio, elas citam o suposto faturamento do influencer e incitam os seguidores a procurá-las se quiserem ter a mesma vida.

Em alguns poucos vídeos, crianças e adolescentes dizem estar com o pai ou a mãe e até presenteiam familiares. Nas filmagens, os supostos responsáveis sempre demonstram surpresa com o trabalho altamente rentável do filho.

O g1 localizou os pais de uma menina de Minas Gerais que divulga esses cursos. No Instagram, ela tem mais de 230 mil seguidores e os vídeos publicados contam com milhares de visualizações.

O pai dela inicialmente demonstrou interesse em dar entrevista, mas logo parou de responder aos contatos.

Dias depois, também por mensagens, a mãe confirmou que a filha tem 13 anos e considera que aquilo é um trabalho, o que pode ser indício de trabalho infantil, analisa Denise Auad, da comissão dos direitos da criança e do adolescente da OAB SP.

A mãe disse ainda que a menina "tira um bom dinheiro no digital", sem informar valores. E que os pais preferem deixar o montante guardado, para que a filha istre melhor, no futuro.

Não foi possível saber se a adolescente tem autorização judicial para divulgar esses conteúdos (entenda as regras ao fim da reportagem).

Durante vários dias, o g1 tentou marcar uma entrevista com a mãe. Mas, num último contato, ela disse que conversou com o marido e eles decidiram que não queriam mais falar, para "não expor muito a imagem da filha".

Não é possível saber a idade exata das demais crianças e adolescentes que aparecem nos vídeos. Também é difícil conseguir localizar os responsáveis, ainda que o Instagram afirme em sua política de uso que contas de menores de 13 anos precisam informar na bio que aquele perfil é gerenciado pelo pai, mãe ou responsável. O TikTok não tem essa exigência.

"As próprias redes sociais item que seus serviços não são voltados para crianças, mas, ao mesmo tempo, elas não conseguem garantir que esse público não esteja ali", diz Isabella Henriques, diretora-executiva do Instituto Alana (ONG voltada à proteção dos direitos das crianças) e presidente da comissão de defesa dos direitos da criança e do adolescente da OAB SP.

A tática de posts provocativos e bebida como 'prêmio'

Para João Francisco Coelho, advogado do programa Criança e Consumo do Instituto Alana, existe um "modus operandi" muito claro e bem delimitado quanto ao tipo de conteúdo que vai ser publicado por essas crianças e a linguagem que vai ser utilizada.

Crianças são usadas para vender cursos de marketing digital e ostentam vida de luxo nas redes sociais.

Reprodução/Instagram

Todos os perfis analisados usam a mesma abordagem, voltada para outras crianças:

?? destacam que trabalham pouco tempo por dia e faturam alto:

"No meu melhor mês, eu fiz R$ 55 mil e já faturei R$ 106 mil. Eu trabalho uns 30, 40 minutos por dia. A gente até trabalha muito e estou pensando em reduzir essa carga horária", diz uma das crianças no Instagram, em tom de ironia.

?? relatam uma mudança de vida, dizendo que agora conseguem comprar celular caro, casa ou mesmo pagar o aluguel dos pais e tirar a família da pobreza.

?? não costumam mostrar esses bens materiais, apenas falam deles.

?? ironizam quem não está no esquema supostamente lucrativo:

"Fala mal do meu trabalho, mas depende dos pais até para cortar o cabelo", diz a legenda de um vídeo publicado no Instagram em que aparece uma menina.

?? citam o suposto faturamento alto no link da bio e exibem notas de dinheiro ou número de faturamento na tela dos apps da Kiwify e da Cakto.

Postagens publicadas nas redes sociais.

Reprodução/Instagram

Os influencers não dizem qual é a porcentagem que estão ganhando em cima da venda desses materiais.

Em seu site, a Kiwify afirma ficar com 8,99% e mais R$ 2,49 de cada venda de curso realizada em sua plataforma. A Cakto promete taxa zero sobre as vendas realizadas no PIX. Se for feita no cartão de crédito, a plataforma fica com 3,25%. Independente do método de pagamento, ela ainda cobra R$ 2,49 por venda.

Os preços desses cursos variam, mas geralmente costumam ficar entre R$ 10 e R$ 200.

No caso do adquirido pelo g1, que custa R$ 50, para faturar entre R$ 70 mil e R$ 100 mil por mês, como os influencers dizem conseguir, seria preciso que eles vendessem entre 1.300 a 2 mil unidades por mês desse conteúdo. Ou 46 vendas por dia — isso se as crianças recebessem integralmente o valor de cada curso.

No entanto, se elas ganham apenas uma comissão, a quantidade teria que ser ainda maior para atingir números expressivos de faturamento mensal.

Os influencers também aparecem com brindes recebidos das plataformas para celebrar marcos de vendas. Em um dos posts no Instagram, uma menina com 457 mil seguidores mostra a cesta de comidas enviada pela Kiwify. O kit tem um espumante.

A Cakto também costuma enviar brindes e mandou um espumante para essa mesma criança. Na publicação da menina, Caio Martins, CEO da Cakto, chegou a comentar: "Só não pode beber esse Chandon kkkkkkk" (veja na imagem abaixo).

Cakto também enviou espumante para a mesma menina que recebeu da Kiwify.

Reprodução/Instagram

Além dela, o g1 localizou o perfil de um outro adolescente que também exibe a cesta com a bebida, novamente enviada pela Kiwify.

Adolescente abre kit com espumante enviado pela empresa Kiwify

Reprodução/Instagram

Procurada para comentar sobre o envio do brinde, a Cakto voltou a dizer que "todos os cadastros na plataforma são realizados exclusivamente por maiores de idade e vinculados a um responsável legal". A empresa não comentou sobre o posicionamento do CEO.

A Kiwify, que negou ter enviado esses prêmios diretamente para menores, disse que vai implementar "uma revisão operacional para evitar a recorrência de situações semelhantes a essa".

"A premiação é padrão e concedida a todos os produtores que atingem o faturamento de R$ 100 mil, não havendo distinções ou privilégios para indivíduos específicos", completou a empresa.

Segundo a Kiwify, ambas as contas identificadas que receberam a bebida alcoólica pertencem a adultos.

"Essas contas estão sendo preventivamente bloqueadas para maiores investigações devido ao potencial compartilhamento indevido de e senha", disse a Kiwify, sobre os perfis que exibiram bebidas entre os brindes recebidos.

Alguns influencers também filmaram sua presença em eventos de marketing digital da Kiwify (veja no vídeo na abertura da reportagem). Sem dar mais detalhes, a empresa disse ao g1 que "não realizou nenhum convite a eles".

O que tem nos cursos

Nem todas as crianças vendem os mesmos cursos e também não há informações detalhadas do que o consumidor verá antes de comprar.

O g1 comprou um dos cursos divulgados por meio do link afiliado disponibilizado em um dos perfis. O material, chamado "O Tesouro do Tráfego Orgânico", custou R$ 49,87 e a compra também incluía dois PDFs com dicas básicas sobre "como viralizar" no TikTok e no Instagram .

Kauã Araújo, que diz ter 20 anos, ensina na plataforma da Cakto a como ganhar muito dinheiro com afiliados.

Reprodução/Kiwify

No curso ao qual o g1 assistiu, hospedado pela Cakto, foram disponibilizadas aulas pré-gravadas dadas por um rapaz que diz ter 20 anos. Ele promete ensinar a ganhar muito dinheiro com links afiliados.

Basicamente o que faz é recomendar o cadastro nos sites de cursos, citando inclusive a Kiwify, e selecionar os conteúdos aos quais o "aluno" deseja ser afiliado, a fim de ganhar uma comissão a cada venda realizada. Segundo o jovem, é assim que as crianças têm enriquecido.

O "professor" é Kauã Araújo, de 20 anos (veja na imagem acima). Ele é do Paraná e istra o Instagram da irmã, que também publica os mesmos vídeos de ostentação e tem pouco mais de 55 mil seguidores na rede social.

No seu próprio Instagram, onde tem quase 40 mil seguidores, Kauã aparece com brindes da Kiwify e da Cakto, mas é bem menos ativo que a irmã no negócio.

Procurado pelo g1, ele mostrou interesse em dar entrevista, mas, depois, ou a ignorar os contatos.

Em uma das aulas, o Kauã menciona que muitas pessoas solicitam o cancelamento da compra: "Tem muita gente que quer reembolso. Tudo bem. Já pediu e não sei o motivo porque eu entrego tudo o que vocês precisam. Mas está tudo certo".

O g1 tentou saber mais detalhes sobre o cancelamento em caso de arrependimento neste curso. No Instagram, a Cakto orientou a procurar quem dá as aulas — no caso, o Kauã Araújo.

Antes de conseguir o WhatsApp do jovem do Paraná, o g1 tentou contato pelo e-mail de e dele disponibilizado assim que o comprador adquire o curso, mas não teve retorno.

A regras de trabalho e o que chama a atenção de advogados

Quatro advogados especializados no direito da criança e do adolescente assistiram aos vídeos nos perfis apontados pelo g1 e reforçaram que esses menores tratam o esquema como trabalho. E, pelo que é mostrado, estariam submetidos a trabalho infantil on-line.

No Brasil, o trabalho antes dos 16 anos só é permitido em lei para fins artísticos e com autorização judicial, explica Kelli Angelini, advogada especialista em educação digital. Isso inclui atuar com influenciador nas redes sociais.

Criança usa tom irônico nos conteúdos publicado nas redes sociais

Reprodução/Instagram

Essa autorização acontece por meio de um alvará judicial e o pedido deve ser feito no estado em que a criança mora, explica Angelini.

Desde 2018, por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a competência para conceder esse alvará é da Justiça Comum, e não mais da Justiça do Trabalho. Os processos correm em segredo de justiça, para a proteção da criança ou adolescente envolvido.

O g1 não conseguiu confirmar com nenhuma família se as crianças e adolescentes nos perfis encontrados têm essa autorização.

Mas os especialistas ouvidos afirmaram que, muito provavelmente, um juiz jamais liberaria crianças para fazer o tipo de conteúdo mostrado nessas contas.

A partir dos 14 anos, adolescentes podem trabalhar na condição de Jovem Aprendiz. Essa modalidade está atrelada ao desenvolvimento profissional e pessoal desse jovem, o que não se vê no caso denunciado, avalia João Francisco Coelho, do Alana.

"As atividades apresentadas nos vídeos não estimulam o desenvolvimento profissional dessa criança no futuro. As mensagens adas são contrários à intelectualidade e à educação", observa.

Denise Auad, da comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB SP, cita outras ilegalidades que os responsáveis podem estar cometendo, como crimes ligados ao trabalho forçado, falsidade ideológica, difamação e golpes virtuais.

"As atividades exibidas nesses conteúdos, como a divulgação de produtos duvidosos, não são lícitas. Analisando os conteúdos, há fortes indícios de se tratar de um golpe, um esquema de pirâmide financeira", diz João Francisco Coelho.

Os especialistas afirmam ainda que a resolução 163 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) vetam o tipo de publicidade que é visto nos vídeos.

A propaganda para crianças e adolescentes tem que ocorrer de forma segura e promovendo um impacto positivo para eles, disseram os advogados.

I. Os anúncios deverão refletir cuidados especiais em relação a segurança e às boas maneiras e, ainda, abster-se de: impor a noção de que o consumo do produto proporcione superioridade ou, na sua falta, a inferioridade;

"O conteúdo que essas redes sociais têm é chamativo para essas crianças, que não deveriam estar ali", afirma Isabella Henriques, diretora-executiva do Instituto Alana e presidente da comissão de defesa dos direitos da criança e do adolescente da OAB SP.

"Analisando esses vídeos, é possível ver um modelo de negócio que é um chamariz para que a audiência seja ampliada e em cima de um público que é altamente vulnerável", completa Isabella.

A Meta, dona do Instagram, afirmou que "não vai comentar o tema". O TikToK não havia retornado até a última atualização desta reportagem.

O que diz a Kiwify

"A Kiwify possui uma política clara e rigorosa em relação à idade mínima para o uso da plataforma. De acordo com nossos termos de uso, apenas pessoas físicas com idade mínima de 18 anos ou emancipadas, e que sejam plenamente capazes de exercer direitos e deveres na ordem civil, podem se cadastrar como usuários. Além disso, representantes de pessoas jurídicas devem estar devidamente autorizados a vinculá-las à plataforma. Ou seja, para realizar transações comerciais, é necessário ter mais de 18 anos, e as operações de vendas somente são aceitas perante comprovação de que a conta bancária seja a mesma do titular do cadastro. Os usuários são obrigados a fornecer informações válidas que comprovem sua idade e capacidade civil. Se for identificado que o usuário não atende a esses requisitos, o cadastro é automaticamente bloqueado, impedindo o uso da plataforma.

Nossa política de premiação é estruturada para recompensar o trabalho e o esforço dos infoprodutores, com base em métricas objetivas de faturamento. Esclarecemos que as premiações são enviadas exclusivamente ao titular da conta, partindo da premissa de que a gestão é feita por uma pessoa adulta, com 18 anos ou mais, já que a participação na plataforma e a venda de produtos estão restritas a maiores de idade. A partir deste momento, implementaremos uma revisão operacional para evitar a recorrência de situações semelhantes a essa.

A Kiwify se destaca por facilitar ao máximo o processo de reembolso dos compradores dos cursos de nossos usuários. Tanto que fomos, pelo segundo ano consecutivo, indicados ao prêmio do Reclame Aqui, maior prêmio de reputação e experiência do cliente do Brasil. Além disso, possuímos atualmente uma nota geral de 8.2 ("ótimo") e 83% de índice de solução neste canal.

A Kiwify, seus sócios ou quaisquer outras entidades relacionadas não possuem qualquer vínculo com essa empresa [Cakto]".

O que diz a Cakto

"Como preceitua os termos da plataforma Cakto, menores de idade são proibidos de realizar cadastros na plataforma, bem como realizar vendas utilizando a mesma. Para que o cadastro dentro da plataforma seja concluído, é necessário que seja apresentado documento pessoal com foto, do qual a por uma rigorosa análise pelo setor de compliance. Além disso, contas que são identificadas sendo operadas por menores de idade são suspensas pelo nosso e.

A plataforma Cakto segue rigorosamente o que dispõe o código do consumidor quando se fala de solicitações de reembolso. Dessa forma, sempre que um consumidor solicita o reembolso direto a plataforma, o mesmo é atendido prontamente pela equipe.

Vale ressaltar que após o período de arrependimento, a plataforma somente se responsabiliza sobre vícios e problemas com os produtos na plataforma, após esse período de 7 dias o reembolso deve ser solicitado diretamente ao vendedor.

A empresa Cakto não possui qualquer relação com a empresa Kiwify".

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REUTERS/Andrew Kelly

Em uma manhã de agosto de 2022, uma jovem saiu sorrateiramente de uma casa no subúrbio de Wisconsin e correu para um carro de polícia que a aguardava.

Com as mãos trêmulas, ela disse aos policiais que foi a coisa mais corajosa que já fez na vida. Por quase dois anos, seu namorado a manteve em cativeiro, segundo os promotores. Ela temia que ele a matasse se tentasse ir embora.

Mas apenas alguns dias antes, depois de ele derramar graxa quente em suas costas, ela começou a planejar sua fuga, enviando mensagens secretas a familiares e amigos para alertar a polícia.

Mais tarde, a jovem explicou seu desespero aos detetives: quase todas as noites, seu namorado a forçava a gravar atos sexuais em câmeras para vender online. Entre os canais escolhidos por ele estava o OnlyFans, site de enorme sucesso famoso pela pornografia.

O OnlyFans diz que empodera criadores de conteúdo, especialmente mulheres, ao monetizar imagens e vídeos sexualmente explícitos em um ambiente online seguro.

Mas uma investigação da Reuters encontrou mulheres que disseram ter sido enganadas, drogadas, aterrorizadas e escravizadas sexualmente para que seus algozes ganhassem dinheiro com o site.

As descobertas se baseiam em queixas policiais realizadas nos Estados Unidos, além de arquivos de tribunais internacionais, processos judiciais e entrevistas com promotores, investigadores de tráfico sexual e mulheres que dizem ter sido traficadas.

Em um outro caso similar, o influenciador Andrew Tate, com milhões de seguidores em todo o mundo nas redes sociais, foi acusado de forçar mulheres na Romênia a produzir pornografia para o OnlyFans e embolsar os lucros. Ele negou as acusações.

Andrew Tate, à direita, e seu irmão Tristan deixam o tribunal em Bucareste, Romênia, em fevereiro de 2024

Vadim Ghirda / Arquivo / AP Photo

Bomba sexual: os danos colaterais do sucesso explosivo do OnlyFans

Os casos que a Reuters identificou nos Estados Unidos chamaram menos atenção, pois algumas mulheres aram semanas ou meses de suposta escravidão sexual em casas de aparência comum em comunidades tranquilas.

A vítima, às vezes, era uma noiva ou uma namorada, abusada para aumentar o orçamento doméstico, financiar a aposentadoria do casal ou cobrir as despesas dos filhos, de acordo com relatos em arquivos policiais ou judiciais.

A Reuters não divulga os nomes das mulheres que dizem ter sido vítimas de tráfico sexual.

A mulher de Wisconsin, hoje com 23 anos, foi abusada por Austin Koeckeritz, que se descreveu em um blog como "empresário, artista e estudante de psicologia". Ele está cumprindo uma sentença de 20 anos de prisão depois de se declarar culpado de tráfico sexual.

"Os dois anos lá pareceram décadas, e eu estava sofrendo sozinha e pronta para morrer", disse a mulher em seus primeiros comentários públicos sobre o caso. "Acho que nunca estarei totalmente curada."

A casa alugada em River Falls, Wisconsin, onde os promotores dizem que Austin Koeckeritz manteve uma mulher em cativeiro e a forçou a aparecer no OnlyFans

Reuters/Tim Gruber

Prostituição forçada

Pelo menos dois casos detalhados nos arquivos da polícia envolvem alegações de prostituição forçada.

Um marido e uma mulher comandavam uma operação de tráfico e prostituição em seis estados americanos antes de serem presos em um bairro organizado de Ohio, onde criavam dois filhos, segundo os promotores.

O marido supostamente usava o OnlyFans para organizar encontros sexuais com várias mulheres e vender pornografia que ele ordenava que elas fizessem. Ele aguarda julgamento; sua esposa recentemente se declarou culpada de acusações relacionadas.

Esses esquemas de tráfico sexual se baseiam em intimidação, violência ou falsas garantias de amor para pressionar as mulheres a fazer pornografia e mantê-las produzindo, segundo as vítimas e os promotores.

Os supostos criminosos eram, em sua maioria, homens – alguns acusados de espancar e estuprar mulheres, outros de tatuar seus nomes e rostos nas vítimas. Eles filmavam em locais privados, às vezes mantendo as vítimas em cativeiro por um ano ou mais, segundo os registros e entrevistas.

Um dia antes de ser resgatada, a mulher de Wisconsin escondeu um bilhete para a polícia no jardim da frente da casa em que dizia que "estava basicamente presa neste quarto para continuar ganhando dinheiro" para seu agressor.

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'Nicho' para tráfico sexual

No OnlyFans, os traficantes sexuais têm um "nicho exclusivo" para conduzir seus negócios de forma privada, disse Catheline Torres, da National Human Trafficking Hotline, com sede nos EUA, que ajuda sobreviventes de tráfico e exploração.

A Reuters identificou 11 casos de mulheres que foram às autoridades ou entraram com ações judiciais dizendo que foram forçadas a realizar atos sexuais no OnlyFans.

Mas especialistas como Torres dizem que a verdadeira prevalência do tráfico sexual na plataforma é quase impossível de ser avaliada por pessoas de fora.

As contas da maioria dos criadores de conteúdo estão escondidas atrás de um paywall baseado em , "minimizando a probabilidade de serem pegos e processados", disse Torres.

A acusação também pode ser difícil porque as vítimas temerosas ou traumatizadas relutam em falar ou testemunhar no tribunal.

Uma mulher disse a um detetive que seu noivo a forçou durante meses a produzir pornografia para o OnlyFans em um estacionamento de trailers nos arredores de Orlando, Flórida. Ela só escapou porque a polícia apareceu para prender o noivo em um mandado não relacionado em 2023.

Ele foi acusado de tráfico humano no caso, mas ela se retratou de suas alegações meses depois e os promotores retiraram a acusação.

Ela disse à Reuters que temia que o caso pudesse afetar sua custódia do filho pequeno do casal e que ainda se sentia "doente" só de falar sobre o que aconteceu.

"Isso traz de volta todos os sentimentos, as emoções – todas as vezes", disse ela. "O dano é eterno".

O OnlyFans não respondeu aos pedidos de comentários. A empresa não é acusada em nenhum dos casos descritos nesta reportagem.

No OnlyFans, os traficantes sexuais têm um "nicho exclusivo" para conduzir seus negócios de forma privada.

Reuters

O que diz o OnlyFans

Em seu site, o OnlyFans diz que proíbe a prostituição e a "escravidão moderna", que inclui o tráfico de pessoas e o trabalho forçado.

A plataforma diz que seus moderadores analisam todo o conteúdo do site e são treinados para identificar e denunciar suspeitas de tráfico.

O OnlyFans liderou "um foco na segurança para as pessoas no espaço de conteúdo adulto", disse a presidente-executiva da plataforma, Keily Blair, durante um de discussão em março.

De acordo com as regras da empresa, os criadores devem ter o consentimento por escrito de todos em seu conteúdo.

Mas até novembro de 2022, eles não precisavam mostrar essa prova de consentimento ao OnlyFans antes que a plataforma permitisse que seu conteúdo fosse publicado, de acordo com as recentes declarações de Blair a um comitê parlamentar do Reino Unido.

A empresa agora verifica a prova de consentimento antes de permitir que o conteúdo seja publicado, disse ela.

OnlyFans

REUTERS/Andrew Kelly

Em pelo menos um caso, segundo a Reuters, a provação de uma mulher do estado de Arkansas supostamente começou depois que a nova regra foi adotada.

A mulher disse à polícia que, desde 2023, seu namorado a aterrorizava e a forçava a filmar vídeos de sexo para o OnlyFans por horas a fio sob a ameaça de que, se ela resistisse, ele "a atacaria fisicamente".

As informações são de uma declaração de prisão apresentada por um detetive da polícia na cidade de Van Buren. A Reuters não conseguiu determinar se ela havia assinado um termo de consentimento.

O homem, Michael Hall, se declarou inocente de tráfico humano e está aguardando julgamento. Seu advogado não respondeu aos pedidos de comentários.

O OnlyFans não foi a única plataforma citada nesses casos. Mas sua popularidade e seus termos generosos a tornam potencialmente lucrativa. Isso porque os criadores do site recebem 80% da receita gerada por suas contas, enquanto o OnlyFans fica com o restante.

Todos os sites acusados de hospedar tráfico sexual enfrentam riscos legais.

Desde 2019, pelo menos uma dúzia de ações judiciais foram movidas contra empresas de mídia social e outros sites com base em estatutos federais anti-tráfico dos Estados Unidos, acusando-os de lucrar com conteúdo sexualmente abusivo.

As empresas afirmaram que estão protegidas de responsabilidade civil e criminal por uma lei federal criada para salvaguardar a liberdade de expressão, mas o Congresso aprovou uma legislação nos últimos anos para reduzir essas proteções.

Dois processos pendentes de tráfico sexual citam o OnlyFans como réu.

Um deles acusa a empresa de lucrar com a exploração de duas mulheres em Nevada por uma ex-personalidade de reality show. O outro, detalhado em uma investigação da Reuters em março, envolve uma estudante universitária da Flórida que alega que o OnlyFans lucrou com o vídeo de seu suposto estupro publicado no site.

Um juiz recomendou que o OnlyFans fosse retirado do caso da Flórida por causa das proteções à liberdade de expressão – o que provocou a resistência dos advogados da mulher. Em ambos os casos, a empresa nega que tenha violado as leis de tráfico sexual.

Processos por registro ou divulgação de imagens íntimas

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